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Poesias-->ausência -- 07/09/2002 - 23:10 (gisele leite) |
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sem você
sem referência afetiva
é tudo tão retilíneo
e aí, explodem milhões de retas e,
o infinito acaba
bem depois da curva de seu olhar
e meu sentimento convexo
fica sem simetria, sem eixo,
perde-se em vão
num nexo qualquer...
sem você
o fôlego que resiste
se asfixia exatamente num aquário vazio
é o vácuo,
a vida se afoga em lágrimas
e num tropel
de tropeços
os passos trôpegos
erram todos os caminhos
e num gesto de destino
chutam o destino
sem você,
o azul do céu
é apenas um borrão gris
com alguns buracos brancos
sem expressão alguma
as horas sem sentido
passam marchando
por entre relógios,
entre vitrines, perante olhos
e seguem uma atrás das outras
corroendo tudo
num erosão prrogressiva
e permanente
sem você
as queixas desaparecem
e todas
as gueixas morrem
desnudas sem nunca amar
sem você
peco à toa
picho o muro do mundo como
um rabisco existencial qualquer
borramos com garatujas
indecifráveis
todas as mensagens
que não dizem nada
sem você
estou divorciada dos sentidos,
da boa lógica,
do afago concreto
da humanidade
sem você
o que sobra agora
do mundo
é uma única célula necrosada,
e, assim,
simplesmente não dá,
é muita ausência...
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