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Poesias-->Enjôo Poético -- 11/09/2002 - 14:29 (Durval Filho) |
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Enjôo Poético
A poesia perdeu a ingenuidade
Das lamentações melosas
Depois que foi amada por Drummond,
Bandeira, Cabral e tantos outros.
O desejo, a libido,
Apelido...
A poesia violentou-me o instinto,
Quis-me mais ousado, abusado...
Para gerar um novo estilo
Que cresce na barriga mente:
No quarto mês de espera
Sofri de enjôo poético:
Amor sublime.;
Beleza.;
Exclamação que só redime...
– Dedo na garganta – um alívio,
Passou a ânsia, o pesadelo...
Ainda bem! foi só enjôo
Precedido de vômito que se finda.
O nascimento de um novo poeta
Entranhado no casulo do velho
Que vive em mim
É conflitante
Como o conviver de dois estranhos.
Sinto a falta do malandro de Carlitos,
O valor poético e libertador de um Lennon,
A humildade de Cristo.
E, na poesia,
Cadê os que amam o ínfimo,
Além dos citados e do Barros...
Cadê as expressões dementes
Que instalam o conflito:
Moldura de gesso que reflete o impossível.
Grande interrogação invertida,
Um anzol de pesquisa
A favor dos que buscam
Experiências na vida.
Estou à procura
E de barriga prenha.
Ajudem-me no parto!
Doutor,
Onde está a poesia moderna
Para parir meus sonhos?
DURVAL FILHO
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