Nas sombras do arco-iris que farfalha a palmeira na beira do rio costeira,
No verbo do sabiá, na coragem do aventureiro,
Que deixou mulher, filhos e companheiros
Pra arrancar do mar a força dos alimentos pra sua vida inteira.
Caí tarde...
Caí tarde faceira
No outeiro da ilha calma, cujo meandro balança palafita que descansa altaneiro o pobre marinheiro vencendo, vencido o mar.
Caí tarde...
Caí tarde faceira
No poço do mato, onde o Guará se lava, antes que a noite sem treguá avançe se parar.
Caí tarde...
Caí tarde faceira
Enquanto rompe as ondas de volta o homem
Que mesmo em sua covardia, foi com coragem sustentar a saga de sua origem.
Caí tarde à beira do mar,
Que a jangada, envolta em ventos cruza as horas e os lamentos da senhora que há dias morre de saudades do pai dos seus filhos que volta, com as mãos em calos e a boca seca.
Caí tarde enquanto a noite manifesta o juízo no quadro da luz, que o universo, em sua imensidão habita, quando a escuridão diz em última nota, que vida... É pelas vidas, e que a morte é pela morte, enquanto durar a eternidade assumida.
Saí tarde faceira... De trás dos montes, da folhas secas, da brisa que refresca, das mãos de quem vem em festa anunciar o fim do dia.