Em uma manhã de junho ardente, numa encosta escalvada, seca, deserta e nua à beira de uma estrada, terra ingrata onde a urze a custo desabrocha.; bebendo o sol, comendo o pó, mordendo a rocha.; mas, debaixo duma folha hostil de uma figueira brava, mendiga que se nutre a pedregulho e lava, a aurora desprendeu, compassiva e divina.; uma lágrima. Lágrima etérea, enorme e cristalina.; lágrima tão límpida e tão ideal que, ao vê-la de perto, era um diamante e, de longe, era uma estrela...