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Poesias-->cidade grande -- 22/09/2002 - 00:19 (maria da graça ferraz) |
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Cidade Grande
Gracias de Lunna
Porque tudo desemboca
no sangue escuro das ruas
Ângulo aberto- Bumerangue
que vai e se retorna
Neruda, Rimbaud, Lorca,
Mallarmé, Barros, Pessoas
Porque tudo se finda
nos vasos inchados e duros
destas coronárias. Pouco
fraternas. Muito democráticas
Porque todos os tiros perdidos,
latas velhas, papéis picados,
trilhos, fios de cabelo, lixos,
cacarecos, migalhas, trocados,
filhos da pura, filhos daquela,
batem à mesma porta: a rua
Porque toda a hemoglobina,
sucata de ferro,panos vermelhos,
miolo de pão, restos de vinho,
espelho partido, fim de canções,
gritos, suspiros, palavrinhas
e palavrões, chiclete, micróbios,
marquete, parafusos,estereótipos,
refuto, grão,santos, diabos e loucos
terminam de alguma forma
à boca ávida da rua
Porque não há como se passar
ileso aos nós destes intestinos
que absorvem ou eliminam
Porque tudo dá nas ruas
Todas as curvas e esquinas
e intersecções e cruzes
e direções e caminhos
Porque as ruas multiplicam-se
em possibilidades infinitas
de lutas, de morte, de vida
E cada um de nós tem a
sua rua...nunca a mesma rua
Mas só as ruas sabem...
Só as ruas sabem onde
fica o oceano onde deságuam:
Nas mãos abertas de um Deus menino
que recolhe seus brinquedos
através do imaginar desta poeta!
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