Chegar em cima da hora...e a canção te recebe com um beijo delicioso, te tira os sapatos e te põe para dormir sob a lua imponente e viva do céu da madrugada mais sombria...
Eu chegava sozinha e deitava no teu colo, sabia que você me acolheria e nunca me perguntaria os porquês. Eu confiava, fechava os olhos e me perdia em sonhos medievais.
Alguém pode querer voltar a qualquer momento, destruir as paredes ao meu redor tão cheias de tom e verso.; alguém pode me sussurrar friagens como um fantasma melancólico. Me pedem perdão e temo quebrar as vidraças do meu olhar afiado, com um discurso desafinado.
As nuvens parecem um envelope de celebrações avulsas, intensas e doentias, que fazem latejar o peito e abalar as auréolas dos anjos no telhado...alguém pode chegar enquanto ninguém quer partir, queria ter você aqui mesmo sabendo que vou embora a qualquer momento. Ouço os gemidos do vampiro eterno e teus castiçais pingam fogo e labaredas...sei pouco de mim e sem nenhuma facilidade me absorvo no mundo.; a noite se faz soberana e eu procuro não lembrar de você... venta pouco e o calor que me abala perturba menos que a chama de minha violência.
A dança é a teoria dos opostos, sobrepostos e eternamente subdivididos, por si só sozinhos... entre pedras e espinhos. Erram, são mais que nós, breus e caminhos.
Vertigem de um cálice úmido, surpresa de admitir o cinza. Você desperta em mim o que mais preso me faz...algemas de areia...
Meu vôo de liberdade, meu último sopro, meu eterno viver.