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Poesias-->ATRASO -- 06/07/2000 - 00:03 (Anita de Souza Coutinho) |
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ATRASO
Te espero no centro
De mais uma cidade
Cheia de ritmo
Você se atrasa mais uma vez.;
Eu passo sua frente
Novamente.
Te digo adeus
Sem notar os porquês.;
Você sequer avisa
Que eu cheguei
Ou que você saiu.
E agora é hora
De baixar os olhos
De deixar o sol cair.
Eu me atraso desta vez
Quem se confunde
Talvez seja sempre eu.
Quem sabe errei o lugar?
Talvez eu te ligue ao amanhecer
Talvez
Eu nem te olhe quando você chegar.
A cidade se atrasa agora
Perdeu a hora
Não foi por maldade
E ela nos olha e chove.;
Ou chora?
Todos, tantos
Passam de ponta a ponta
Silhuetas que se intercalam
Entre os sinais de trânsito.;
Com as suas passadas
Passo a passo.;
Na regra de seguir adiante.
Falam demais...
E passam como se quisessem
Atingir o imaginário.
Você se atrasa ainda
E descrevo um anônimo...
Ele me observa sem notar
Que palavras estão ao redor.
A cidade nos chora um pouco
A chuva aumenta
Desanimada pelo seu atraso
Ou pela minha hora,
Talvez por mais este verso
Que inunda o papel vazio...
O lugar não está errado
Mas o atraso
Sempre estará atrasado.;
Mesmo que eu tivesse
Mentindo
Desde o poema ter começado.
O lugar marcou sorrisos
Briga, perda, vitória.
Guardou as flores que foram trazidas
E entregues para ela.
Guardou tantos versos
Criados aqui.
Agora
O lugar é atraso!
Jamais estive longe daqui
E ainda vivo
Nas reminiscências das flores
Que vieram junto de ti.
O atraso paira no ar
Chega por aqui
Eu me despeço
Sem pressa
Esquecendo tudo
E todos os versos que escrevi.
Anita de S. C.
Rio de Janeiro 05 de Outubro de 1999
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