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Poesias-->Predestinação -- 01/10/2002 - 11:17 (Dante Gatto) |
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Predestinação
(1986)
Não há verso que eu escreva
que não caia sobre minha cabeça.
Não há pensamento meu, cristalizado
que não seja tímido recado.
Não há audácia ou pálido medo
que não tragam as cores do degredo.
Não há fome condicionalmente recalcada
que não me leve para a mesma estrada.
Não há remorso ou ódio contido
que não tenha um sabor inconsentido.
Não há manhã azul de primavera
que não seja marcada pela espera.
Não há dia claro ou noite escura
que não sirva para velha procura.
Não há dia, nem hora, nem segundo
que não resvale no fundo do mais fundo.
Dante Gatto
gattod@terra.com.br
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