Expulso-te com fino trato
Leigo de minhas entranhas
És um enfermo empírico e minha eugenia
de certo o mutilará.
Pois, sutil e dócil e um giro circunflexo
Deixando meu flanco à amostra
Como um punhal ferindo
Seu bem mais precioso
Tornando-me vilã por indução de meu ato.
Mas, no resto sim ficaste
A sublinhar as linhas da minha indiferença
Ao rogar pragas em meu epitáfio
Na promiscuidade de um racionalista
convicto do desamor.
Perdoai, meu encarnado homem
Por não amanhecer meus sentidos
De seu paladar, a minha boca não aceitar
De te deixar inundar o olfato pra se preencher
Se com tua audição tu repousas em mim
Logo em seguida recuso.
teu tato de toque forte e desejoso
Sem almejar o entendimento
No declínio involuntário de minha visão
Percebo a verdade em sua plenitude
Tu não és um placebo que cura com a morte
E alivia com lucros
E sim o dizimo a oferta
Um milagre nas trevas
No meu horizonte profundo.
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