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Poesias-->Aymoré -- 11/10/2002 - 18:06 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Me perdoe por não te amar.

Não há no momento o que faça eu conseguir te olhar.

O meu coração hojé é uma monção de pedras gélidas,

Um remorço de Eva,

Uma traição fulgás.

Quando te percebi. Te construí um mundo novo, te cerquei de flores e cirandei ao redor.

De fantasia, usei palavras vazias pra te encantar, te senti de Norte a Sul toda a extremidade do corpo.

Fingi aos olhos aquilo que a carência procurava.

Na verdade consegui também me enganar.

Não é por mim que te confesso.

Não devo mais negar esse retrocesso. Precisas de alguém que seja além de um mero espectro.

Que pra curar essa tua dor, não seja o veneno a te matar, maso bálsamo certo.

A tua divindade me cura desse trajeto. Mas não posso ficar.

Já forjei dias demais. E a tua boca mistériosa, doce favor de mel, precisa urgênte de outra pra beijar.

O teu corpo, tão mimoso e cansado, precisa de uma cama nova pra deitar.

Não permitas mais que a tua vida seja efêmera. precisas te eternizar.

Precisas de alguém pra te amar.

Já me basta a minha insanidade a te desloucar,

Já me basta a minha boca quente e as minhas mãos agitadas pra te arranhar.

Não me peças,não me implores...

Tão pouco me procures, pois que deste lado frio, não há nada pra te ofertar.
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