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Poesias-->Festa das goteiras -- 18/08/2002 - 09:45 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A festa das goteiras



Dia de Domingo à tardinha

Com a chuva mansa do dia,

As goteiras faziam barulho

Quando nas vasilhas batiam.



Tinha uma no canto da sala

Que caia em um vaso no chão,

Era a nota lá que ressoava

O sentimento do meu sertão.



Com a chuva caindo no telhado

Uma goteira que tinha no quarto,

O ré chegava todo contente

Molhando e tocando no meu sapato.



Bem no caldeirão da cozinha

O mi descia cantarolando,

Juntava-se com as outras notas

E logo ia dançando.



O fá quando batia firme

Numa vasilha de isopor,

De todos era o mais barulhento

Mas sabia se compor.



Já o sol vinha satisfeito

E caia na panela de pressão,

Também o lá caia dançando

Em cima do nosso fogão.



O si trazia a música suave

Quando caia na bacia de alumínio,

Eu lembrava de uma música muito linda

Do meu tempo quando eu era menino.



O dó chegava já sambarolando

Já vinha ritmado com a goteira,

Completava as notas com todos

Respondendo o som numa frigideira.



E assim teve festa a noite toda

Dos pingos afinados, confessos nunca vi,

Trazendo canções de ninar para o meu lar

As notas dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.



Casa de gente humilde é bem assim

Quando chove faz o caboclo alegrar,

E quando o sono vai chegando de mansinho

Ao som da música das goteiras a ritmar.



De: Airam Ribeiro - Itanhém-Ba-

Dezembro de 97.

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