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Poesias-->Probleminha de Paulo Nunes Batista -- 16/10/2002 - 18:32 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poesia Popular

Paulo Nunes Batista



Poesia popular

bem pode ser

Canto do Povo

ao embalo do cordel

no balanço do Sonho

no batepé do côco

ao vaivém do ganzá

batecum do zabumba

dançar das cordas bambas

de Viola repentista

na Boca abrindo o Verso

na emBOLAda – cantoria

sala, salada de ritmos

coquetel de poesia



Poesia popular é cor

del Pueblo, cor

dalma – sofrer da gente

de cujas Mãos sai tudo

mas que acaba na mão

Pois tudo quanto faz

vai pras mãos que nada fazem

Poesia popular pode

ser denúncia/protesto

bem que amenidades

de castelos, princesas

safadezas, presepadas,

desafios, aventuras

viagens a São Saruês



Que, poesia popular

pode ser – e é universo

é Resistência é trincheira

contra o sistema perverso

que deixa o POVO com FOME

e rico nadando em uísque.



Poetas da elite, não

torçam seu nariz grã-fino

contra os poetas do POVO

que lá do chão nordestino

nunca deixam o Povo só:

tentam rasgar esse Nó

que amarra nosso destino.







O cordel é brasileiro

fala do que o Povo sente

no verso lido na praça

ou cantado no repente,

pois cordel é Voz da Raça,

é (em)Canto de nossa Gente.



Cordel – Mensagem do Povo

fala do velho e do novo,

de canudos, de Kosovo,

de aids, de corrupção,

de Injustiça, e Violência,

governo sem consciência,

dos sem-terra – e a Resistência

que leva à Revolução.



Do inferno da condução,

transporte superlotado,

Povo superamassado

como sardinha na lata.;

da miséria do salário

que deixa o Povo com Fome

nessa Injustiça sem nome

qua ao Pobre massacra e mata.



A poesia de cordel

vem do verso de Nicandro,

do folheto de leandro,

Chagas batista e Manoel

D’Almeida, esse menestrel

do Nordeste brasileiro.;

vem de Pinto do Monteiro,

Zé Duda, Antonio Marinho,

Bentevi e Cachimbinho

e Chiquinho do Pandeiro.



A poesia popular

verm do repente, da glosa-

Domingos Caldas Barbosa

seus lundus a improvisar.

Na Bahia a versejar

Gregório de Matos Guerra.

A alma do Brasil se encerra

no côco, na cantoria,

Gibi norte-americano

vem nos amer’encanar

nos quadrinhos de seu Plano

pra nele nos enquadrar-

sufocando em nosso chão

o cordel, magna expressão

da cultura popular.



Os primeiros cantadores-

aedos, jograis, segréis,

os bardos e rapsodos,

trovadores, menestréis, -

segundo nos diz a história,

“cantavam de quatro pés”...



Quatro pés ou quatro versos,

a quadra, de quatro linhas,

que era a forma dos repentes,

dos lunduns e das modinhas.

As cantorias primeiras

eram feitas em quadrinhas.



Da quadra veio a quadrilha,

veio o quarteto, o quadrão,

veio a Trova, que hoje brilha

no Trovismo, na canção.



Em quadras, os velhos sambas,

marchinhas de carnaval,

frevos, cocos, batucadas,

canções do Povo, em geral.



No século dezenove

o grande Gonçalves Dias

publica os Segundos Cantos,

em que, entre outras poesias,

com o devido brilho estão

As sextilhas de Frei Antão...

Sextilhas... das cantorias...



Francisco Moniz Barreto

foi no século passado,

na Bahia, um repentista

de nome muito afamado.

Pai de Rosendo Muniz,

que em biografia feliz

fez o pai biografado.

Foi em forma de ABC

e como folha volante

que veio de Portugal

essa poesia cantante,

já no século dezoito

na Paraíba habitante.

Meu bisavô Agostinho

seguia o mesmo caminho

no solo paraibano.



Começa nesse Agostinho

Nunes da Costa, a primeira

poesia feita em cordel,

lá na Serra do Teixeira.

Desse bardo nordestino

vem meu avô Ugolino,

Cantador de regra inteira.



Nesta terra brasileira

a poesia repentista

tem de um lado o cantador,

do outro lado o cordelista.

Dessa raiz é que é fruto-

dando em Goiás seu produto-

o Paulo Nunes Batista.



Não seguindo a Cantoria,

deixei de ser cantador.

Virei poeta do povo,

um mernestel, trovador,

em embolador-coqueiro

que tenta ser mensageiro

do seu Povo sofredor.



O repente tem tr~es tempos:

falado, cantado, escrito.

falando é que o Glosador

fabrica o verso bonito.

Cantador faz, quando canta.

Cordelista traça a planta

de improviso, no infinito.



Todos três são repentistas:

Glosador traçando a glosa,

Cantador compondo o Canto

que no improviso se entrosa.

Finalmente o cordelista

Castro Alves, o Poeta

genial da Abolição,

junto a Tobias Barreto

arrancava aclamação

dos colegas deslumbrados

com seus discursos rimados

em oura improvisação.



Estudantes de Direito

no Recife, a Faculdade

aplaudia os dois de pé

em cada oportunidade

em que Castro mais Tobias,

em repentinas poesias

provavam o gênio à vontade.



Já em Portugal, Bocage,

usando o nome de Elmano

fazia glosas em décimas

no improviso lusitano



Dois cantadores pegados

na guerra de um desafio

é Salto das Sete Quedas

revolucionando um rio

é terremoto varrendo

que deixa até Deus tremendo

na cama do céu com frio.



Por mais de três anos, eu

vivi de escrever cordel

para vendê-lo em Goiás,

como um verso menestrel.

Comprei casa com dinheiro

de ambulante folheteiro,

sabendo honrar meu papel.



Lá no Rio de Janeiro

e no meu berço natal

a Paraíba do Norte,

vivi da poesia, a qual

era meu meio de vida,

nessa versejante lida

de vate profissional.



Vendia versos nas feiras,

nas festas, nas romarias-

como popular artista

faz versos que fica prosa.



Conquista embolando o côco

num ganzá ou num pandeiro,

faz a alma sapatear

no compasso brasileiro,

quando o corpo se sacode

no alagoano pagode

no verso do pagodeiro.



São sons do Brasil inteiro:

a catira do goiano,

o cateretê mineiro,

o côco paraibano,

a nordestina ciranda,

o batuque, que é da Umbanda,

o frevo pernambucano.



Como componho sonetos

em três minutos somente

dentro da rima e da métrica

ao sacudir do repente.

Abro a boca o verso salta

e se alguma coisa falta

fica enganchada no dente.



Também o cordel que corre

no improviso que se faz,

o verso vai lá adiante

e a mão vai correndo atrás.

Sai muitoverso perdido,

que no versejar corrido

vai feito uma flecha: é –zás!



No Nordeste se fecharam

as folheterias que

ainda imprimiam cordel,

que o Povo já não mais lê.

Agora é sexo, é sangue,

corrupção, bangue-bangue,

prostituição na TV.



Vieram o gibi, o rock,

o livrinho de caubói,

o rádio a pilha, o enlatado,

toda essa onda que destrói



sustentado pelo Povo,

que pagava as alegrias

das estórias encantadas

nos meus folhetos contados

nas populares poesias.



A mão do poeta corria

a dançar sobre o papel

no frevo pra lá pra cá

para ao verso ser fiel.

E era, o que ficava escrito,

um nadinha do infinito

do universo do Cordel.



Mas, de um grande Cantador

nem do rasto me aproximo:

de Louro do Pajeú,

aquele monstro meu primo,

ou de Otacílio ou de Dimas

Batista, dois reis das Rimas,

sangue meu que tanto estimo.



Nasce como água da fonte

ou como brota uma flor

na manjedoura da boca

o Verso do Cantador.

Na embalada do repente

o verso pula na frente,

deixando pra tás o autor.



Desses poemas modernos

sem ter métrica nem rima,

que alguns poetas trabalham

na base de grosa e lima,

enquanto um deles faz um

eu, sem onda nem zunzum,

faço de quatro pra cima.



A homenagem que me prestam

eu desejo transferir

a todos os cordelistas

que em Goiás possam existir.

E os conclamo: Meus Irmãos,

usamos as nossas Mãos

para a Invasão resistir.



nossa popular cultura:

Tio Sam nos enclausura

na alienação que dói.



Era isso o que queria

o Way of life estranho

que hoje impera no Brasil

num mar sem ter mais tamanho.

A Norte América é a dona:

Michael Jackson e Madona

no seu presente tacanho.



Não precisa mandar tropas,

fortalezas voadoras:

Tio sam nos manda as suas

forças mais destruidoras

que arrastam nossa cultura-

tá com o queijo e a rapadura

nas multi dominadoras...



Dominando a Economia

no poder do dólar vil,

hoje os Esteites manobram

o desgoverno servil:

vai tudo globalizado.

Tio sam está mandando

nos destinos do Brasil.



E o cordel não deve apenas

ser o antigo Romanceiro,

mas ser Denúncia, Protesto,

Alma e Voz de um Povo inteiro

Dizendo ao FMI:

Retire as patas daqui

que isto ainda é brasileiro!



São dez nomes, pelo menos,

na seara cordelista,

que no Estado de Goiás,

devem figuar na lista:

os nove citados antes,

e o menor dos figurantes,

que é Paulo Nunes Batista.



Deve haver, possivelmente,

mais outros que não citei.

Goiás é grande, e por ele



Levantemos nossas Vozes

desta Nação em defesa.

Façamos da Arte do Povo

a colossal fortaleza

por total independência

da estrangeira interferência

que nos atira à Pobreza.



Eu transfiro esta homenagem

ao Poeta Popular,

que em Goiás, com garra e brio,

soube o cordel preservar-

cada qual pelo seu lado-

F. Guerra Vascurado

e Antonio Sena Alencar.



Ao velho Antonio Geraldo,

versista de qualidade,

autor do belo folheto

Manifesto da Verdade.

Ao cordelista de feira

Napoleão Gomes Ferreira,

homem de cordelidade.



Ao amigo Antonio Geofrey

Wanderley, vate goiano,

que é Promotor ou Juiz

agora, se não me engano:

Cordelista com justiça,

de uma poesia inteiriça

que engrandece o Altiplano.



Ao bardo pernambucano

Antonio Alencar na via

do cordel, uma trincheira

defendendo a Ecologia.

Seu xará Antonio Sena

Alencar, tem hoje em cena

um novo irmão de poesia.



Ao jornalista de Anápolis

poeta José da Cruz,

que com boa inspiração

cordel goiano produz.

Ao Hélverton, de Goiás,

que cordel bonito faz

todo ainda não andei.

Cordelistas de bom porte

quem sabe existem no Norte

de Goiás, e que eu não sei.



Amigo Bariani Ortêncio,

numa segunda edição

daquele seu Dicionário

do Brasil Central, pois não

omita o nome CORDEL,

se pretender ser fiel

à cultura do torrão.



Ponha ponha o verbete cordel

na cultura de Goiás,

porque de fato e direito

cordel por aqui se faz.

E é cordel de qualidade,

que não teme na verdade,

ser passado para trás.



Grato, Instituto Goiano

do Livro, por este evento

que mostra o cordel ao Povo,

ao menos por um momento.

Grato à poetisa Yeda

Schmaltz, que de aço e seda

faz-se Flor de Sentimento.



Grato a Getulio Araújo,

que fez vir lá de Natal

Gutemberg Costa, que,

nessa missão cultural

defende nossas raízes,

valorizando as matrizes

da cultura nacional.



Agradecido aos presentes

que vêm nesta ocasião

prestigiar os poetas

do verso de pé no chão.

A Goiás agradecido

por haver me permitido

entrar no seu coração.



Faço poesia erudita

e o cordel do Povo faço-







nos trabalhos que conduz



Também a Antonio Justino

de Oliveira, cantador,

vulgo Canário do Norte,

um bom improvisador.

Barbeiro de profissão,

conta em sua produção

com folheto de valor.







































































tecendo o verso que brota

nas asas do tempo-espaço

em que respiro e me movo.

A todos vocês, ao Povo

meu mais fraternal abraço.

Poesia Popular

Paulo Nunes Batista



Poesia popular

bem pode ser

Canto do Povo

ao embalo do cordel

no balanço do Sonho

no batepé do côco

ao vaivém do ganzá

batecum do zabumba

dançar das cordas bambas

de Viola repentista

na Boca abrindo o Verso

na emBOLAda – cantoria

sala, salada de ritmos

coquetel de poesia



Poesia popular é cor

del Pueblo, cor

dalma – sofrer da gente

de cujas Mãos sai tudo

mas que acaba na mão

Pois tudo quanto faz

vai pras mãos que nada fazem

Poesia popular pode

ser denúncia/protesto

bem que amenidades

de castelos, princesas

safadezas, presepadas,

desafios, aventuras

viagens a São Saruês



Que, poesia popular

pode ser – e é universo

é Resistência é trincheira

contra o sistema perverso

que deixa o POVO com FOME

e rico nadando em uísque.



Poetas da elite, não

torçam seu nariz grã-fino

contra os poetas do POVO

que lá do chão nordestino

nunca deixam o Povo só:

tentam rasgar esse Nó

que amarra nosso destino.







O cordel é brasileiro

fala do que o Povo sente

no verso lido na praça

ou cantado no repente,

pois cordel é Voz da Raça,

é (em)Canto de nossa Gente.



Cordel – Mensagem do Povo

fala do velho e do novo,

de canudos, de Kosovo,

de aids, de corrupção,

de Injustiça, e Violência,

governo sem consciência,

dos sem-terra – e a Resistência

que leva à Revolução.



Do inferno da condução,

transporte superlotado,

Povo superamassado

como sardinha na lata.;

da miséria do salário

que deixa o Povo com Fome

nessa Injustiça sem nome

qua ao Pobre massacra e mata.



A poesia de cordel

vem do verso de Nicandro,

do folheto de leandro,

Chagas batista e Manoel

D’Almeida, esse menestrel

do Nordeste brasileiro.;

vem de Pinto do Monteiro,

Zé Duda, Antonio Marinho,

Bentevi e Cachimbinho

e Chiquinho do Pandeiro.



A poesia popular

verm do repente, da glosa-

Domingos Caldas Barbosa

seus lundus a improvisar.

Na Bahia a versejar

Gregório de Matos Guerra.

A alma do Brasil se encerra

no côco, na cantoria,

Gibi norte-americano

vem nos amer’encanar

nos quadrinhos de seu Plano

pra nele nos enquadrar-

sufocando em nosso chão

o cordel, magna expressão

da cultura popular.



Os primeiros cantadores-

aedos, jograis, segréis,

os bardos e rapsodos,

trovadores, menestréis, -

segundo nos diz a história,

“cantavam de quatro pés”...



Quatro pés ou quatro versos,

a quadra, de quatro linhas,

que era a forma dos repentes,

dos lunduns e das modinhas.

As cantorias primeiras

eram feitas em quadrinhas.



Da quadra veio a quadrilha,

veio o quarteto, o quadrão,

veio a Trova, que hoje brilha

no Trovismo, na canção.



Em quadras, os velhos sambas,

marchinhas de carnaval,

frevos, cocos, batucadas,

canções do Povo, em geral.



No século dezenove

o grande Gonçalves Dias

publica os Segundos Cantos,

em que, entre outras poesias,

com o devido brilho estão

As sextilhas de Frei Antão...

Sextilhas... das cantorias...



Francisco Moniz Barreto

foi no século passado,

na Bahia, um repentista

de nome muito afamado.

Pai de Rosendo Muniz,

que em biografia feliz

fez o pai biografado.

Foi em forma de ABC

e como folha volante

que veio de Portugal

essa poesia cantante,

já no século dezoito

na Paraíba habitante.

Meu bisavô Agostinho

seguia o mesmo caminho

no solo paraibano.



Começa nesse Agostinho

Nunes da Costa, a primeira

poesia feita em cordel,

lá na Serra do Teixeira.

Desse bardo nordestino

vem meu avô Ugolino,

Cantador de regra inteira.



Nesta terra brasileira

a poesia repentista

tem de um lado o cantador,

do outro lado o cordelista.

Dessa raiz é que é fruto-

dando em Goiás seu produto-

o Paulo Nunes Batista.



Não seguindo a Cantoria,

deixei de ser cantador.

Virei poeta do povo,

um mernestel, trovador,

em embolador-coqueiro

que tenta ser mensageiro

do seu Povo sofredor.



O repente tem tr~es tempos:

falado, cantado, escrito.

falando é que o Glosador

fabrica o verso bonito.

Cantador faz, quando canta.

Cordelista traça a planta

de improviso, no infinito.



Todos três são repentistas:

Glosador traçando a glosa,

Cantador compondo o Canto

que no improviso se entrosa.

Finalmente o cordelista

Castro Alves, o Poeta

genial da Abolição,

junto a Tobias Barreto

arrancava aclamação

dos colegas deslumbrados

com seus discursos rimados

em oura improvisação.



Estudantes de Direito

no Recife, a Faculdade

aplaudia os dois de pé

em cada oportunidade

em que Castro mais Tobias,

em repentinas poesias

provavam o gênio à vontade.



Já em Portugal, Bocage,

usando o nome de Elmano

fazia glosas em décimas

no improviso lusitano



Dois cantadores pegados

na guerra de um desafio

é Salto das Sete Quedas

revolucionando um rio

é terremoto varrendo

que deixa até Deus tremendo

na cama do céu com frio.



Por mais de três anos, eu

vivi de escrever cordel

para vendê-lo em Goiás,

como um verso menestrel.

Comprei casa com dinheiro

de ambulante folheteiro,

sabendo honrar meu papel.



Lá no Rio de Janeiro

e no meu berço natal

a Paraíba do Norte,

vivi da poesia, a qual

era meu meio de vida,

nessa versejante lida

de vate profissional.



Vendia versos nas feiras,

nas festas, nas romarias-

como popular artista

faz versos que fica prosa.



Conquista embolando o côco

num ganzá ou num pandeiro,

faz a alma sapatear

no compasso brasileiro,

quando o corpo se sacode

no alagoano pagode

no verso do pagodeiro.



São sons do Brasil inteiro:

a catira do goiano,

o cateretê mineiro,

o côco paraibano,

a nordestina ciranda,

o batuque, que é da Umbanda,

o frevo pernambucano.



Como componho sonetos

em três minutos somente

dentro da rima e da métrica

ao sacudir do repente.

Abro a boca o verso salta

e se alguma coisa falta

fica enganchada no dente.



Também o cordel que corre

no improviso que se faz,

o verso vai lá adiante

e a mão vai correndo atrás.

Sai muitoverso perdido,

que no versejar corrido

vai feito uma flecha: é –zás!



No Nordeste se fecharam

as folheterias que

ainda imprimiam cordel,

que o Povo já não mais lê.

Agora é sexo, é sangue,

corrupção, bangue-bangue,

prostituição na TV.



Vieram o gibi, o rock,

o livrinho de caubói,

o rádio a pilha, o enlatado,

toda essa onda que destrói



sustentado pelo Povo,

que pagava as alegrias

das estórias encantadas

nos meus folhetos contados

nas populares poesias.



A mão do poeta corria

a dançar sobre o papel

no frevo pra lá pra cá

para ao verso ser fiel.

E era, o que ficava escrito,

um nadinha do infinito

do universo do Cordel.



Mas, de um grande Cantador

nem do rasto me aproximo:

de Louro do Pajeú,

aquele monstro meu primo,

ou de Otacílio ou de Dimas

Batista, dois reis das Rimas,

sangue meu que tanto estimo.



Nasce como água da fonte

ou como brota uma flor

na manjedoura da boca

o Verso do Cantador.

Na embalada do repente

o verso pula na frente,

deixando pra tás o autor.



Desses poemas modernos

sem ter métrica nem rima,

que alguns poetas trabalham

na base de grosa e lima,

enquanto um deles faz um

eu, sem onda nem zunzum,

faço de quatro pra cima.



A homenagem que me prestam

eu desejo transferir

a todos os cordelistas

que em Goiás possam existir.

E os conclamo: Meus Irmãos,

usamos as nossas Mãos

para a Invasão resistir.



nossa popular cultura:

Tio Sam nos enclausura

na alienação que dói.



Era isso o que queria

o Way of life estranho

que hoje impera no Brasil

num mar sem ter mais tamanho.

A Norte América é a dona:

Michael Jackson e Madona

no seu presente tacanho.



Não precisa mandar tropas,

fortalezas voadoras:

Tio sam nos manda as suas

forças mais destruidoras

que arrastam nossa cultura-

tá com o queijo e a rapadura

nas multi dominadoras...



Dominando a Economia

no poder do dólar vil,

hoje os Esteites manobram

o desgoverno servil:

vai tudo globalizado.

Tio sam está mandando

nos destinos do Brasil.



E o cordel não deve apenas

ser o antigo Romanceiro,

mas ser Denúncia, Protesto,

Alma e Voz de um Povo inteiro

Dizendo ao FMI:

Retire as patas daqui

que isto ainda é brasileiro!



São dez nomes, pelo menos,

na seara cordelista,

que no Estado de Goiás,

devem figuar na lista:

os nove citados antes,

e o menor dos figurantes,

que é Paulo Nunes Batista.



Deve haver, possivelmente,

mais outros que não citei.

Goiás é grande, e por ele



Levantemos nossas Vozes

desta Nação em defesa.

Façamos da Arte do Povo

a colossal fortaleza

por total independência

da estrangeira interferência

que nos atira à Pobreza.



Eu transfiro esta homenagem

ao Poeta Popular,

que em Goiás, com garra e brio,

soube o cordel preservar-

cada qual pelo seu lado-

F. Guerra Vascurado

e Antonio Sena Alencar.



Ao velho Antonio Geraldo,

versista de qualidade,

autor do belo folheto

Manifesto da Verdade.

Ao cordelista de feira

Napoleão Gomes Ferreira,

homem de cordelidade.



Ao amigo Antonio Geofrey

Wanderley, vate goiano,

que é Promotor ou Juiz

agora, se não me engano:

Cordelista com justiça,

de uma poesia inteiriça

que engrandece o Altiplano.



Ao bardo pernambucano

Antonio Alencar na via

do cordel, uma trincheira

defendendo a Ecologia.

Seu xará Antonio Sena

Alencar, tem hoje em cena

um novo irmão de poesia.



Ao jornalista de Anápolis

poeta José da Cruz,

que com boa inspiração

cordel goiano produz.

Ao Hélverton, de Goiás,

que cordel bonito faz

todo ainda não andei.

Cordelistas de bom porte

quem sabe existem no Norte

de Goiás, e que eu não sei.



Amigo Bariani Ortêncio,

numa segunda edição

daquele seu Dicionário

do Brasil Central, pois não

omita o nome CORDEL,

se pretender ser fiel

à cultura do torrão.



Ponha ponha o verbete cordel

na cultura de Goiás,

porque de fato e direito

cordel por aqui se faz.

E é cordel de qualidade,

que não teme na verdade,

ser passado para trás.



Grato, Instituto Goiano

do Livro, por este evento

que mostra o cordel ao Povo,

ao menos por um momento.

Grato à poetisa Yeda

Schmaltz, que de aço e seda

faz-se Flor de Sentimento.



Grato a Getulio Araújo,

que fez vir lá de Natal

Gutemberg Costa, que,

nessa missão cultural

defende nossas raízes,

valorizando as matrizes

da cultura nacional.



Agradecido aos presentes

que vêm nesta ocasião

prestigiar os poetas

do verso de pé no chão.

A Goiás agradecido

por haver me permitido

entrar no seu coração.



Faço poesia erudita

e o cordel do Povo faço-







nos trabalhos que conduz



Também a Antonio Justino

de Oliveira, cantador,

vulgo Canário do Norte,

um bom improvisador.

Barbeiro de profissão,

conta em sua produção

com folheto de valor.







































Poesia Popular

Paulo Nunes Batista



Poesia popular

bem pode ser

Canto do Povo

ao embalo do cordel

no balanço do Sonho

no batepé do côco

ao vaivém do ganzá

batecum do zabumba

dançar das cordas bambas

de Viola repentista

na Boca abrindo o Verso

na emBOLAda – cantoria

sala, salada de ritmos

coquetel de poesia



Poesia popular é cor

del Pueblo, cor

dalma – sofrer da gente

de cujas Mãos sai tudo

mas que acaba na mão

Pois tudo quanto faz

vai pras mãos que nada fazem

Poesia popular pode

ser denúncia/protesto

bem que amenidades

de castelos, princesas

safadezas, presepadas,

desafios, aventuras

viagens a São Saruês



Que, poesia popular

pode ser – e é universo

é Resistência é trincheira

contra o sistema perverso

que deixa o POVO com FOME

e rico nadando em uísque.



Poetas da elite, não

torçam seu nariz grã-fino

contra os poetas do POVO

que lá do chão nordestino

nunca deixam o Povo só:

tentam rasgar esse Nó

que amarra nosso destino.







O cordel é brasileiro

fala do que o Povo sente

no verso lido na praça

ou cantado no repente,

pois cordel é Voz da Raça,

é (em)Canto de nossa Gente.



Cordel – Mensagem do Povo

fala do velho e do novo,

de canudos, de Kosovo,

de aids, de corrupção,

de Injustiça, e Violência,

governo sem consciência,

dos sem-terra – e a Resistência

que leva à Revolução.



Do inferno da condução,

transporte superlotado,

Povo superamassado

como sardinha na lata.;

da miséria do salário

que deixa o Povo com Fome

nessa Injustiça sem nome

qua ao Pobre massacra e mata.



A poesia de cordel

vem do verso de Nicandro,

do folheto de leandro,

Chagas batista e Manoel

D’Almeida, esse menestrel

do Nordeste brasileiro.;

vem de Pinto do Monteiro,

Zé Duda, Antonio Marinho,

Bentevi e Cachimbinho

e Chiquinho do Pandeiro.



A poesia popular

verm do repente, da glosa-

Domingos Caldas Barbosa

seus lundus a improvisar.

Na Bahia a versejar

Gregório de Matos Guerra.

A alma do Brasil se encerra

no côco, na cantoria,

Gibi norte-americano

vem nos amer’encanar

nos quadrinhos de seu Plano

pra nele nos enquadrar-

sufocando em nosso chão

o cordel, magna expressão

da cultura popular.



Os primeiros cantadores-

aedos, jograis, segréis,

os bardos e rapsodos,

trovadores, menestréis, -

segundo nos diz a história,

“cantavam de quatro pés”...



Quatro pés ou quatro versos,

a quadra, de quatro linhas,

que era a forma dos repentes,

dos lunduns e das modinhas.

As cantorias primeiras

eram feitas em quadrinhas.



Da quadra veio a quadrilha,

veio o quarteto, o quadrão,

veio a Trova, que hoje brilha

no Trovismo, na canção.



Em quadras, os velhos sambas,

marchinhas de carnaval,

frevos, cocos, batucadas,

canções do Povo, em geral.



No século dezenove

o grande Gonçalves Dias

publica os Segundos Cantos,

em que, entre outras poesias,

com o devido brilho estão

As sextilhas de Frei Antão...

Sextilhas... das cantorias...



Francisco Moniz Barreto

foi no século passado,

na Bahia, um repentista

de nome muito afamado.

Pai de Rosendo Muniz,

que em biografia feliz

fez o pai biografado.

Foi em forma de ABC

e como folha volante

que veio de Portugal

essa poesia cantante,

já no século dezoito

na Paraíba habitante.

Meu bisavô Agostinho

seguia o mesmo caminho

no solo paraibano.



Começa nesse Agostinho

Nunes da Costa, a primeira

poesia feita em cordel,

lá na Serra do Teixeira.

Desse bardo nordestino

vem meu avô Ugolino,

Cantador de regra inteira.



Nesta terra brasileira

a poesia repentista

tem de um lado o cantador,

do outro lado o cordelista.

Dessa raiz é que é fruto-

dando em Goiás seu produto-

o Paulo Nunes Batista.



Não seguindo a Cantoria,

deixei de ser cantador.

Virei poeta do povo,

um mernestel, trovador,

em embolador-coqueiro

que tenta ser mensageiro

do seu Povo sofredor.



O repente tem tr~es tempos:

falado, cantado, escrito.

falando é que o Glosador

fabrica o verso bonito.

Cantador faz, quando canta.

Cordelista traça a planta

de improviso, no infinito.



Todos três são repentistas:

Glosador traçando a glosa,

Cantador compondo o Canto

que no improviso se entrosa.

Finalmente o cordelista

Castro Alves, o Poeta

genial da Abolição,

junto a Tobias Barreto

arrancava aclamação

dos colegas deslumbrados

com seus discursos rimados

em oura improvisação.



Estudantes de Direito

no Recife, a Faculdade

aplaudia os dois de pé

em cada oportunidade

em que Castro mais Tobias,

em repentinas poesias

provavam o gênio à vontade.



Já em Portugal, Bocage,

usando o nome de Elmano

fazia glosas em décimas

no improviso lusitano



Dois cantadores pegados

na guerra de um desafio

é Salto das Sete Quedas

revolucionando um rio

é terremoto varrendo

que deixa até Deus tremendo

na cama do céu com frio.



Por mais de três anos, eu

vivi de escrever cordel

para vendê-lo em Goiás,

como um verso menestrel.

Comprei casa com dinheiro

de ambulante folheteiro,

sabendo honrar meu papel.



Lá no Rio de Janeiro

e no meu berço natal

a Paraíba do Norte,

vivi da poesia, a qual

era meu meio de vida,

nessa versejante lida

de vate profissional.



Vendia versos nas feiras,

nas festas, nas romarias-

como popular artista

faz versos que fica prosa.



Conquista embolando o côco

num ganzá ou num pandeiro,

faz a alma sapatear

no compasso brasileiro,

quando o corpo se sacode

no alagoano pagode

no verso do pagodeiro.



São sons do Brasil inteiro:

a catira do goiano,

o cateretê mineiro,

o côco paraibano,

a nordestina ciranda,

o batuque, que é da Umbanda,

o frevo pernambucano.



Como componho sonetos

em três minutos somente

dentro da rima e da métrica

ao sacudir do repente.

Abro a boca o verso salta

e se alguma coisa falta

fica enganchada no dente.



Também o cordel que corre

no improviso que se faz,

o verso vai lá adiante

e a mão vai correndo atrás.

Sai muitoverso perdido,

que no versejar corrido

vai feito uma flecha: é –zás!



No Nordeste se fecharam

as folheterias que

ainda imprimiam cordel,

que o Povo já não mais lê.

Agora é sexo, é sangue,

corrupção, bangue-bangue,

prostituição na TV.



Vieram o gibi, o rock,

o livrinho de caubói,

o rádio a pilha, o enlatado,

toda essa onda que destrói



sustentado pelo Povo,

que pagava as alegrias

das estórias encantadas

nos meus folhetos contados

nas populares poesias.



A mão do poeta corria

a dançar sobre o papel

no frevo pra lá pra cá

para ao verso ser fiel.

E era, o que ficava escrito,

um nadinha do infinito

do universo do Cordel.



Mas, de um grande Cantador

nem do rasto me aproximo:

de Louro do Pajeú,

aquele monstro meu primo,

ou de Otacílio ou de Dimas

Batista, dois reis das Rimas,

sangue meu que tanto estimo.



Nasce como água da fonte

ou como brota uma flor

na manjedoura da boca

o Verso do Cantador.

Na embalada do repente

o verso pula na frente,

deixando pra tás o autor.



Desses poemas modernos

sem ter métrica nem rima,

que alguns poetas trabalham

na base de grosa e lima,

enquanto um deles faz um

eu, sem onda nem zunzum,

faço de quatro pra cima.



A homenagem que me prestam

eu desejo transferir

a todos os cordelistas

que em Goiás possam existir.

E os conclamo: Meus Irmãos,

usamos as nossas Mãos

para a Invasão resistir.



nossa popular cultura:

Tio Sam nos enclausura

na alienação que dói.



Era isso o que queria

o Way of life estranho

que hoje impera no Brasil

num mar sem ter mais tamanho.

A Norte América é a dona:

Michael Jackson e Madona

no seu presente tacanho.



Não precisa mandar tropas,

fortalezas voadoras:

Tio sam nos manda as suas

forças mais destruidoras

que arrastam nossa cultura-

tá com o queijo e a rapadura

nas multi dominadoras...



Dominando a Economia

no poder do dólar vil,

hoje os Esteites manobram

o desgoverno servil:

vai tudo globalizado.

Tio sam está mandando

nos destinos do Brasil.



E o cordel não deve apenas

ser o antigo Romanceiro,

mas ser Denúncia, Protesto,

Alma e Voz de um Povo inteiro

Dizendo ao FMI:

Retire as patas daqui

que isto ainda é brasileiro!



São dez nomes, pelo menos,

na seara cordelista,

que no Estado de Goiás,

devem figuar na lista:

os nove citados antes,

e o menor dos figurantes,

que é Paulo Nunes Batista.



Deve haver, possivelmente,

mais outros que não citei.

Goiás é grande, e por ele



Levantemos nossas Vozes

desta Nação em defesa.

Façamos da Arte do Povo

a colossal fortaleza

por total independência

da estrangeira interferência

que nos atira à Pobreza.



Eu transfiro esta homenagem

ao Poeta Popular,

que em Goiás, com garra e brio,

soube o cordel preservar-

cada qual pelo seu lado-

F. Guerra Vascurado

e Antonio Sena Alencar.



Ao velho Antonio Geraldo,

versista de qualidade,

autor do belo folheto

Manifesto da Verdade.

Ao cordelista de feira

Napoleão Gomes Ferreira,

homem de cordelidade.



Ao amigo Antonio Geofrey

Wanderley, vate goiano,

que é Promotor ou Juiz

agora, se não me engano:

Cordelista com justiça,

de uma poesia inteiriça

que engrandece o Altiplano.



Ao bardo pernambucano

Antonio Alencar na via

do cordel, uma trincheira

defendendo a Ecologia.

Seu xará Antonio Sena

Alencar, tem hoje em cena

um novo irmão de poesia.



Ao jornalista de Anápolis

poeta José da Cruz,

que com boa inspiração

cordel goiano produz.

Ao Hélverton, de Goiás,

que cordel bonito faz

todo ainda não andei.

Cordelistas de bom porte

quem sabe existem no Norte

de Goiás, e que eu não sei.



Amigo Bariani Ortêncio,

numa segunda edição

daquele seu Dicionário

do Brasil Central, pois não

omita o nome CORDEL,

se pretender ser fiel

à cultura do torrão.



Ponha ponha o verbete cordel

na cultura de Goiás,

porque de fato e direito

cordel por aqui se faz.

E é cordel de qualidade,

que não teme na verdade,

ser passado para trás.



Grato, Instituto Goiano

do Livro, por este evento

que mostra o cordel ao Povo,

ao menos por um momento.

Grato à poetisa Yeda

Schmaltz, que de aço e seda

faz-se Flor de Sentimento.



Grato a Getulio Araújo,

que fez vir lá de Natal

Gutemberg Costa, que,

nessa missão cultural

defende nossas raízes,

valorizando as matrizes

da cultura nacional.



Agradecido aos presentes

que vêm nesta ocasião

prestigiar os poetas

do verso de pé no chão.

A Goiás agradecido

por haver me permitido

entrar no seu coração.



Faço poesia erudita

e o cordel do Povo faço-







nos trabalhos que conduz



Também a Antonio Justino

de Oliveira, cantador,

vulgo Canário do Norte,

um bom improvisador.

Barbeiro de profissão,

conta em sua produção

com folheto de valor.







































































tecendo o verso que brota

nas asas do tempo-espaço

em que respiro e me movo.

A todos vocês, ao Povo

meu mais fraternal abraço.























































PROBLEMINHA:

Autor: Paulo Nunes Batista



Sem galinha – não tem ovo.;

sem ovo – não tem galinha.

Mas – só galinha – sem galo,

é certo que ovo não tinha.

Galo, porém, vem do ovo...

E o ovo – donde é que vinha

se não houvesse antes dele-

o galo mais a galinha?

Eis o xis desse problema

que a cachola me aporrinha...



Começa tudo de novo:

quem tira a dúvida minha?

Que foi que nasceu primeiro-

o ovo, o galo ou a galinha?...

Foi o pinto? foi a franga?

E – franga nasce sozinha?

Só Deus sabe qual o ponto

que deu começo a essa linha...









































































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