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Poesias-->Sonetos -- 18/10/2002 - 01:30 (Rodolfo Galvão de Oliveira) |
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1º SONETO DE 2001
Rodolfo Galvão de Oliveira
Professor
A guerra já chegou... de tantas mortes
com as chacinas na periferia:
vira o medo em pavor na noite ou dia
que não garante nunca boa sorte.
Também nos palacetes tem aporte
temor... também horror de uma agonia
vinda pelas mãos céleres.; havia
a grande chance de uma inglória sorte.
São os corpos jogados aos terrenos
(que são estoques esperando aumento),
que perfurados escorrem o sangue
que um dia foi menino e foi sereno...
Mas um adulto foi feito pelo vento
Da sociedade que se sente exangue.
2º Soneto de 2001
Rodolfo Galvão de Oliveira
Escapando da vida qual sombra morta.;
pelas sarjetas seu leito construindo.;
pelos seus vícios seus sonhos destruindo.;
um ser humano por qual ninguém se importa!
Não lhe resta caminho, fechou-lhe a porta
a esperança que aos poucos foi se esvaindo.
Sobra-lhe apenas o que a Deus vai pedindo:
do ser onipresente nada lhe aporta.
Põe-se lhe no rosto a pecha: vagabundo!
Tira-se lhe d’alma sua dignidade!
E se é transformado no ser moribundo:
Para todos pedaço de carne podre
que espalhará para toda a sociedade
tudo aquilo que ela mesma por si obre!
Variação do 2º soneto de 2001
Caído pela sarjeta qual lixo qualquer
Não é ser humano reconhecido
Sem marca registrada de cidadão
E ter ninguém que o chame de irmão.
Abandonado e só aceito pelo vício
Que o transforma em pó.
Nada lhe resta, nem caridade divina
Nem olhar misericordioso
De qualquer ser humano.
É só. Absolutamente só.
E ainda queremos através dele
Com nossas esmolas atingirmos o céu.
3º Soneto de 2001
Rodolfo Galvão de Oliveira
Andando à procura de rima rica
e burilando um verso que mal feito
retrate a sociedade em seu defeito
a minha pena abandonada fica...
A história que passa e tipifica
ação do ser humano em seu mau jeito
de tratar outro ser com desrespeito
a péssima imagem que exemplifica
de como está sendo vista a alma humana.
Lascívia e orgia brotando nos cantos:
assassinato e morte desumana
destruindo a paz que ninguém mais quer.
Mas sobra ainda nos braços, acalanto
para o infante nos braços de mulher!
Soneto LXXII
4º soneto de 2001
Rodolfo Galvão de Oliveira
A amizade é fazer toda hora que bem passa
Se presente, ou ausente, no dia a dia
Cúmplice na tristeza e na nostalgia
E no contentamento é uma argamassa...
O amor é a busca feita parecendo caça
Do próprio caçador buscando alegria,
Sofrendo ou não sofrendo, achando na via
Aberta em sua vida uma feliz praça...
Com amizade e amor, a lida fica bela
Bem repleta de sonhos que "sempre sonhados"
De horizontes cinzentos faz com aquarela
A mais bela paisagem multicolorida:
São as almas irmãs e destinos traçados,
Vencedores na luta travada na vida!
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