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Poesias-->14 DE SETEMBRO -- 18/10/2002 - 18:36 (DANIELE MACHADO) |
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Não sou uma pobre sofredora,
Sou a própria hipocrisia.
Tão volátil, tão fluente,
Tão vil e desmedida,
Decidida a interesse,
Com sinônimos tangentes,
Tão contrária e persistente,
Imprevisível, intransparente,
Sem caminhos, sem estórias,
Presa à minha própria memória,
Desgarrada, desprovida,
Tão sozinha e acuada,
Tão mal vista, desesperada,
Perdi-me, não sei quem sou.
Sou a alma amargurada pelos beijos inexistentes,
Me enclausuro em minha mente
Por medo, por omissão,
Quando saio sou desejada,
Minto, roubo, não sou mais nada,
Sou tirana envenenada,
Ostento, não há coração.
E me entristeço quando penso que coração nenhum no mundo
Me fará voltar a mim.
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