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Poesias-->OPINIÃO -- 18/10/2002 - 19:01 (DANIELE MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como podes não sentir a falta que minha carne traz?

Como não sentir meu cheiro,

Meu gosto faltar-lhe à boca,

O medo invadir-te a alma por não estar comigo?

Como podes ser tão desinteressado,

Tão desinteressante de mim?

Nem sei mais o que digo,

Mas isso é o tudo de sempre.



A culpa é sua, é toda sua,

Mas nunca haverá de ser.

A culpa é da humanidade, medíocre e repugnante.

A culpa é de todo o sistema, da ditadura, das opressões.

E a culpa não é de ninguém.

Minha talvez,

Por dizer desse mal absorto que insiste em crescer,

Insiste em dizer inverdades,

Insiste em achar que te ama.



E da cama em que fico prostrada só alcanço uma parte do céu,

E é dele que roubo o brilho de seu olhar,

Que vai além de qualquer uma estrela,

E que apenas distante admiro,

Já que nem sua soturna sombra deseja estar junto a mim.



Mas saiba...

Eu não perco nada!, só ganho mais opinião.

E não sou tão pobre sofredora,

Sou uma falsa que sempre quer mais,

Uma pobre falsa que sofre em pensar que ainda te ama.

E na cama prostrada e perdida sinto que há uma saída.



É mentira.

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