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 | Poesias-->Lacerante Enola -- 24/10/2002 - 13:54 (Marilha Neves)  | 
	
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Violada. 
  Como um ser repugnante que se retrata numa virgem.
  Falsa ela, por não sentir sua realidade.
  Prometida a vossos olhos numa falsa moral.
  Absurda, onde se elevam montanhas de dor e sofrimento.
  Salva-se apenas por sua submissão, nefasta e mesquinha
  Como todos que dela se originam
  Rodeada de um frio dilacerante
  e realidade relativa a sua inconsciência
  Sabedoria morta,
  como uma simples facada no seu corpo viçoso e doce,
  Sangrando como seu temeroso ódio
  que nasce como flores nos seus olhos
  Suicida, a partir de sua medíocre mente, 
  induzida a se deixar levar por essa hemorragia de pensamentos 
  Sendo apenas o não existir em seu mundo,
  trazida a uma zona de temor e doença.
  Dança de sua própria morte,
  A espera de uma certeza irreal e vaga
  Sem luz, sem calor, a solidão a espreita de uma porta
  Infinita, por não saber ao certo o que se espera
  Dolorosa, por trazer choro 
  a criança indefesa e morta dentro de seu interior.
  Julgamento sem lógica ou pudor,
  Sem moral, vivendo nessa teia de destinos.
 
 
 
 
                                                                     Marilha Neves
 
 
 
 
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