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 | Poesias-->Jornal Madrugal -- 24/10/2002 - 13:58 (Marilha Neves)  | 
	
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Seguro a mão da rija morte,
  Em uma intérmina queda de braço,
  E nesse surto psicótico radioso,
  Me miro um louco.
  Amanhã estará tudo aqui (denovo)
  Nada novo,apenas sem tempo, 
  Entretido com as fases de uma lua, 
  Ninfa!Traga-me o azedo seio de frívolas mulheres.
  Não preciso mentir
  Não me justifica o preço
  para o que se venha tê-las, e a perde-las.
  Agora vivo, e junto ao relógio envelheço
  Tosco viver, tosco morrer
  Meus vermes serão meus companheiros pútridos
  Serão habitantes de um novo mundo, 
  Se alimentarão de minha massa encefálica
  Pena deles que não possuirão minhas idéias
  Apenas as comerão.
  O declínio do ser, onde escritos póstumos
  Servirão como papel higiênico de outras mentes. 
  Falo, não me calo aos ditantes.
  Tenho os meus seres mutantes, habitantes de minha boca
  Sopa salivar, incubida de tratar desses assuntos.
  O mundo não me existe, pois esquisitice não me passa 
  Nem este ser bizarro 
  Que cavalga dionisíaco por minhas veias.
  Este campo de concentração terrestre,
  Onde um sopro embraseia região
  Pélvica, pornográfica, movimento frenético de morte
  Esta música repetida, que me faz sentir a agonia
  Deste exaurido termo,
  Acontecido diário, que diariamente é escrito
  Para passar-lhes notícias 
  Do ópio que põem 
  em nossas câmaras de suicídio.
 
 
                                                              Marilha Neves
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