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Poesias-->Dos mortos que nos habitam (Para Jung) -- 31/10/2002 - 22:00 (Maria de Fátima Lima Castanheira) |
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Ouçam, filhos das rachaduras do Ovo Cósmico
que habitam sua clara que se fez Terra
e velejam o céu, sua gema de estrelas:
não se descuidem em sua tecnocracia globalizada
da irada vigilância dos olhos de fogo de Rá.
Adoradores dos desígnios do Deus-Porco
encurvados sob o peso do pecado original:
nunca se esqueçam em seus projetos
de exploração comercial do sistema solar
de que são descendentes dos rastreadores
de oráculos proibidos
que intuíam da mudança do cheiro da terra
o destino de sua tribo.
Herdeiros atormentados de um deus louco
que comia os próprios filhos
ajoelhem-se diante do apelo de Tupã
que fala através do vento
numa derradeira súplica para que não mais
fechem seus olhos, sua sabedoria e seu coração
à sua História de incestos e paixões proibidas
entre a Casa Grande e a Senzala,
e curvem-se ao mágico sentido da Imortalidade
impresso no código genético da sua espécie.
Que eu falo em nome daqueles
que ainda vivem nos seus sonhos
e lhes levam além,
onde não há barreira de tempo e de espaço
- ainda que voces estejam dormindo.
“Que um dia os cientistas possam ser poetas.; e os poetas, cientistas” (Carl Gustav Jung)
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