Menino do Sol, brincava com a fome, sob a voz da dor.
Tornou-se trabalhador
Trabalhador...
Trabalhador,
Operário lutador.
Até não queria ser político, porque via o horror,
Mas a miséria lhe intimou, dizendo que o gigante adormecido precisava, não de um senhor, mas de um homem com pudor.
Foi o clamor do mar vermelho,
Foi a inspiração do hino nacinal,
Foi a prisão, a morte de sua mãe quem lhe encaminhou.
Na hora em que a luz dormiu e o medo calado cessou, um sonho se formou. E do puro escuro...
Uma estrela bordada a sofrimentos e lágrimas da viúva mãe de tantos filhos começou no céu azul, a se desenhar uma nova história.
Vencendo a ignorância e a mediocridade humana, o homem humilde ergue-se do nada e caminhou.
Com o peito tantas vezes esvicerado de tristeza, com a mente tantas vezes molestada pelas derrotas, altaneiro, encontrou forças e colo, lá no silêncio da alma. Onde marchau, marchou em cada dia que o sol se fez brilhar.
Reconstruindo os seus verbos, revigorando os seus olhos, tonificando o seu âmago em prol de algo novo, forjou-se o Pernambucano, em lider do querer.
E que de dentro do cepticismo, sob o grito amargo de um povo, da avenida Paulista à rampa do Alvorada, fez a esperança vencer o medo.
Hoje os olhos estão azuis...
Na veia dos homens de bem corre vasta a alegria, enquanto a vida sorrir agradecida por mais essa oportunidade.
O outro lado do muro é o que se pode ver, a expectativa do renascer.
Há anos que não temos bandeira e a ordem estava prescrita. Agora porém, de pé, de Norte a Sul o Brasil já pode se vê. Dá as mãos calejadas e une as cabeças martirizadas pra reconstruir o que já estava no esquecimento.
Meu filho! Ordem e Progresso!
Meu filho, tu tens direito, ao menos a morrer com dignidade!
O país voltou a falar.
A cabeça saiu da lama. O velho, o novo e a criança assentaram-se de novo nas rodas de amigos pra organizar o seu lar.
Os Brasis, os Brazis... voltaram a se ver como Brasil,pelo menos, enquanto essa luz acender sobre a mesa.