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Poesias-->+++++++SoliDÃo COnTemplAtiva ++++++++++++ -- 02/11/2002 - 14:02 (Ari de souza) |
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E todos esses poetas, escritores
ainda gritam de seus túmulos:
- Por que escrevo?
Diabo!
As horas se esgotavam
Logo, outro dia se estenderia.
E marcado de olheiras
e torcicolo
e olhos ofuscados,
levantaria para um banho morno.
Banho calmo.
Sem pretensões de agito externo.
Banho que junta
forças gastas na noite em branco.
Diante de uma imagem imóvel
irreconhecível
ininteligível até,
o espelho deixa escorrer
a água de vapor condensado
despontando os primeiros traços de mim.
Tortuado pelos colchões
Estralando os ossos pelo corredor
chego às escadas que me levam ao térreo.
E como se não bastasse,
uma palavra vem e vai
vai e vem.
Depois de horas escritas
perdi o momento das divisões superficiais da mente
e
desconexo dessas atribuições lógicas,
não sabia se sonhava
ou se meditava acordado.
Se era voluntário ou
obra do ocaso devaneio.
De tudo eu escrevia
via não fantasmas,
nessa que diriam ser psicografia.
Pois era poesia, apenas.
Poesia,
pedacinho de coisa difícil de dobrar
maleável sim,
mas não por quaisquer gestos.
E a palavra, a palavra era tudo
uma promessa, um dilúvio
um pingo de lamentações metafísicas.
No fundo, pra mim:
Solidão contemplativa.
E nem por isso,
ou
nem por tudo sobre tudo
haveria de me dar por satisfeito
sabendo que tal interrogativa
me chamava em noites estas:
Por que escrevo?
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