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Poesias-->Verdadeiros e Artistas -- 05/11/2002 - 16:18 (Ana Maria de Moura) |
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Homenagem a Mário Quintana
Alguns artistas cismam em não comer, simplesmente.
Como se uma garfada de comida fosse lhes contaminar o espírito
Querem viver da luz e do ar, dos sonhos, da magia...
Pobres, magros e felizes seguem a tortuosa estrada da loucura.
Não são débeis, são etéreos, muito distantes dos mortais...
Se alimentam do invisível aos olhos insensíveis da humanidade.
E os imortais, aqueles da academia, prostituem-se abertamente
No chá das cinco, como britânicos, comem torradas e foie gras.
Nos lautos jantares, caviar, com vinhos raros e champagne francês.
Onde está a arte? Na gastronomia importada da Europa?
Onde está a beleza? Num fardão de botões dourados cafona?
Onde estão vivendo ou definhando nossos verdadeiros artistas?
A marginalidade do gênio comprova sua superioridade.
O mundo rejeita a arte que toca o espírito, porque é dura.
Temem serem todos desmascarados: “O rei está nu”.
Seguem os artistas, famintos de reconhecimento,
De comida, de queijo, de café, de ban-chá ou chocolate quente.
Adormecem nos braços da amada e sonham o insondável.
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