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Poesias-->O nada e o silêncio -- 08/11/2002 - 22:20 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) |
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No cinza das horas percebo o tempo
E vejo trigais em doce alvorada
A alma escondida abana o lenço
Com olhos que trazem silêncio e nada
Na folga das horas não vejo resquícios
Do trauma que trago na voz reprimida
Ergo os braços num grande comício
Na platéia das palmas que fazem a vida
Recolho do nada eternos silêncios
Percorro carícias que estão encalhadas
No verde do campo e na alma do vento
No rio da infância e na rua calada
Recebo silêncios no afago da dama
Caminho perdido na trilha da chuva
Carrego nos ombros o peso da lama
E mãos falquejadas ao abrigo da luva
Fez mais silêncio que o nada não tem
No eterno mormaço no teto do dia
Um manto na mata rogava amém
E o violino tocava a dor que vivia
O meu silêncio pariu na aurora
Vestiu o negro na noite do universo
Vasculho silêncios na última hora
E faço um poema com nada e verso
Por isso percorro esse raro momento
Debruçado no ruído da fera amanhã
O silêncio que tenho é o meu desalento
E um nada que sonho como anfitriã
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