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Poesias-->janela -- 09/11/2002 - 08:03 (Sidnei Olivio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
janela



apenas o vento balançando

os galhos mais finos

das árvores mal podadas na calçada.



esse, o movimento na madrugada

numa rua periférica e translúcida

sob o céu amotinado.



o pensamento cativo e obcecado

não permite outro tema

apenas a deseja

além do que os olhos observam, além

da vã tentativa em buscar o ar

da noite ou na noite

se desvencilhar da vida.



o desejo infinito, infinitamente

desenrola-se nas nuvens acumuladas

no céu hesitante

construindo imagens tênues, aéreas

que as mãos não conseguem tocar...



antes, tateiam o parapeito

suportando o corpo escorregadio

ausente de asas.



s.olivio
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