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| Poesias-->Poema a Augusto dos Anjos -- 16/11/2002 - 16:37 (m.s.cardoso xavier) |
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Poema a Augusto dos Anjos
maria do socorro cardoso xavier
Difícil penetrar
na grandeza
do profundo EU
poeta.
Cai por terra
tantas hipóteses
e teorias
sem consistência.
Foi um Poeta!
Grande Poeta!
Paraibano!
Universal Gênio
da poesia!
Espírito sensível
simbiose do poeta
e filósofo
Imortalidade das idéias
conhecia teorias
científicas
naturalismo positivismo
evolucionismo
em voga.
“Inexorabilíssimos
trabalhos...
A paleontologia dos carvalhos”...
Paradoxal
esquisito, incompreendido
desprendido! honesto!
cético:
“O amor da humanidade é uma mentira”...
Lamas e feras
“Nesta terra miserável
sente inevitável necessidade
de também ser fera”...
Despertou em suas poesias
os espíritos letárgicos
acomodados
a ver mesmice
sem enxergar
dura realidade
da existência
e da matéria orgânica
em decomposição
Inigualável poesia original
exótica
tamanho lirismo
para dizer o horrendo
da realidade trivial
e chocante.
“A matilha espantada
dos instintos”...
“A saúde das forças
subterrâneas...
e a morbidez dos seres
ilusórios”...
Lirismo emocionado
“Assombrado a sua sombra
magra,...
pensava no destino e tinha medo”...
“Quebrei a imagem
dos meus próprios sonhos”...
Vocábulo adequado
ao realismo
do mundo cão
hipócrita
que renegava:
“Quem foi que viu a
a minha dor chorando”?
“A mão que afaga
é a mesma que apedreja”...
Nenhum poeta disse tanto
quanto Augusto dos Anjos
o fez
para retratar
a lama da vida
o realismo frio da morte...
Lirismo inigualável
versos pujantes como estes,
jamais serão imitados:
“Meu coração tem catedrais imensas”...
“voltando a pátria da homogeneidade
abraçado com a própria eternidade...
a minha sombra há de ficar aqui”...
“O moço triste se abraçou
o tronco...
e nunca mais se levantou
da terra”!...
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