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Poesias-->Movo-me pela fatalidade -- 21/11/2002 - 12:38 (felipe de paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Movo-me pela fatalidade.

É por onde minha rua anda.

Desminto o que fazia de conta

Que acreditava,

E aceito como certo

A direção do tempo.



A única certeza de mudança

São os cabelos que caem,

As carnes que se dobram,

Os rios que nascem e correm pela face,

Os ossos que caminham para o pó.

É o que posso e o a que estou destinado.



E aconteçam as coisas

Que as espero de pé

(ou sentado, se houver conforto),

Com a calma nervosa

De quem aguarda,

Entre os fumos da estação,

Em meio aos carregadores suados,

Aquele trem que não tem horário.



Antes do Horror do julgamento

Olho pela janela do meu quarto

E procuro um derradeiro vento de esperança

Em um mundo que se consome.



Resta o confirmar

Que a vida não é

Um mar de almirante,

Não há lugar para Vasco da Gama,

Não se espera Dom Sebastião

E o Cabo não é da esperança.

O monstro não pergunta,

Engole.



Felipe 28XI2002

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