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Poesias-->Palavra a um amigo -- 26/07/2000 - 10:20 (Sérgio R. Martos Evangelista) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fiz telefonemas mudos

Transmiti mensagens telepáticas

Senti a dor pungente da sua tristeza.

Minha voz você não ouviu

Minha mensagem foi decapitada

Meu sentimento não faz o seu cicatrizar.

Ainda estou refém da covardia

Não consegui dar-lhe um gesto de conforto

Fiquei aprisionado aos deveres do meu cargo

Tardo a revelar minha solidariedade.

Arranco do peito a palavra escrita

Porque a voz pode embargar

Porque os olhos podem ficar úmidos

Porque a fala pode ficar truncada.

Mas vou dar-lhe um abraço emudecido

Com o meu coração de amigo rasgado.

Cada qual cumpre a sua missão terrena

Sob os olhos do Arquiteto do Universo.

A existência nos deixa em campo minado

Para que possamos revelar nossa grandeza de alma.
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