Sob a sombra desse prédio antigo, me sinto agradecido no colo desse equador. Contudo,quando ouço do alto da palmeira o sabiar cantar, cujas palhas farfalham, sob a valsa da brisa do rio mar,olho longe no horizonte vazio,e a canoa cruza a maré unindo a distância numa saudade qualquer de minha terra,que o mururé valsa na onda que vai, na onda que vem, na onda que não quer parar.
E por mais que eu aqueça a boca com algo que se assemelhe a região...Açai, tacacá, manga, não dá pra desenraizar as mãos que por tantas tardes desenhou a chuva.;
Não dá pra calar a boca que tantas vezes, como primeira vez, falou Belém eu te quero tão bem.;
Não dá pra deixar pra lá esse amor, que nesses últimos anos fomentou a esperança de um dia poder voltar àquele coração pulsante, chamado Amazônia.
Se não for levar em conta as dores que causei aqui, haverei de deitar o corpo ao acochego Marajoara.