As luzes nas ricas residências hão de estar acesas.;
As mesas hão de estar fartas.;
As casas bem aquecidas e os seus filhos bastardos dormem em seus berços tranqüilos.;
O amanhã...
O sonho...
A esperança...incertos ou certos ? Após o divino sono ou como diria o mendigo, como diria o menino de rua, como diria a mãe filha abandonada, como reconhecer a pátria com a fome e a miséria instituída na boca e na barriga.
Nessa noite, enquanto a hora calada segue – se,
Enquanto certos homens, entre si dividem-se os bens, os vinténs, as mulheres e o mundo em Las Vegas.;
Enquanto o coração pulsa no limite do acreditar num futuro incerto, Enquanto ainda não nos dermos conta da força que inspira a vida a viver esses sins e nãos, Enquanto não enxergamos os nossos verdadeiros inimigos, nessa guerra de cegos, é certo que o horizonte da liberdade permanecerá acorrentado prá poder as mãos em sangue, ao invés de terra e suor, fazer gemer a boca em dor prá assustar os idealistas, e os filhos dos filhos de nossos filhos nada saberem fazer além de jogar e dar em troca de mais dívidas, resquiços da herança de um grande povo ocultado da cultura vivo por seus falsos amigos, por seus filhos traiçoeiros.
Ó Mãe, branca ou negra, índia ou estrangeira, tome prá si seus filhos, por mais que os pais não sejam heróis, não os deixem a sós nos cantos, nas esquinas, seja cuidadosa, contem-lhes a história, ensine-os a por os pés nas letras, deite-os na rede e os façam dormir, por mais que a fome... por mais que sua força pereça e seu leite seja fraco prá o sustentar, procure no infinito, não desespere, pois há sempre um lugar prá quem realmente quer ver esse País vencer, não deixe que às lágrimas seja em vosso peito o único tesouro.
Ó Mãe os homens de hoje já são do passado, perderam-se do arado e nem se quer sabem o que significa ou deixaram esquecer, o que é você nas horas em que a noite está presente e o colo está distante.; para no amanhecer pelo menos aquecido ter força prá erguer essa tão sonhada independência, que os covardes tiveram e tem medo de fazer nascer, pois que a dor desse parto não será maior que nossa miséria hoje em dia..