Usina de Letras
Usina de Letras
29 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63536 )
Cartas ( 21356)
Contos (13309)
Cordel (10366)
Crônicas (22590)
Discursos (3250)
Ensaios - (10781)
Erótico (13603)
Frases (52022)
Humor (20213)
Infantil (5661)
Infanto Juvenil (5013)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141420)
Redação (3380)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2445)
Textos Jurídicos (1976)
Textos Religiosos/Sermões (6403)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Habeas Pinho de Ronaldo Cunha Lima -- 17/12/2002 - 23:15 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HABEAS PINHO

(Petição para liberar um violão)

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Segunda Vara da cidade:

Ronaldo da Cunha Lima*



I

O instrumento do crime que se arrola,

neste processo de contravenção,

não é faca, revólver nem pistola

é simplesmente, doutor, um violão.

II

Um violão, doutor, que na verdade,

não matou nem feriu um cidadão.

Feriu, sim, a sensibilidade

de quem o ouviu vibrar na solidão.

III

O violão é sempre uma ternura,

instrumento de amor e de saudade.

O crime a ele nunca se mistura,

inexiste entre ambos afinidade.

IV

O violão é próprio dos cantores,

dos menestréis de alma enternecida

que cantam as mágoas que povoam a vida

e sufocam as suas próprias dores.

V

O violão é música e é canção,

é sentimento, vida e alegria,

é pureza, é néctar que extasia,

é adorno espiritual do coração

VI

Seu viver como o nosso é transitório,

Mas seu destino, não se perpetua.

Ele nasceu para cantar na rua

e não p’ra ser arquivo de cartório.

VII

Mande soltá-lo pelo amor da noite

que se sente vazia em suas horas,

p’ra que volte a sentir o terno açoite

de suas cordas leves e sonoras.

VIII

Libere o violão, Dr. Juiz,

Em nome da Justiça e do Direito.

É crime, porventura, o infeliz,

cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

IX

Será crime e, afinal, será pecado,

será delito de tão vis horrores,

perambular na rua em desgraçado,

derramando na praça as suas dores?

X

É o apelo que aqui lhe dirigimos,

na certeza do seu acolhimento.

Juntada desta aos autos nós pedimos

e pedimos também DEFERIMENTO.

*Ronaldo da Cunha Lima: Poeta popular e erudito paraibano, faz versos de improviso. Autor de vários livros.Pertence a Academia de Letras de Campina Grande e Academia Paraibana de Letras. Ganhou o prêmio respondendo sobre a vida do poeta Augusto dos Anjos em verso. Bacharel em Direito. Ex- Prefeito de Campina Grande, Ex-Governador da Paraíba, Ex-Senador.; Atual Deputado Federal eleito pelo Estado da Paraíba, o segundo mais votado. (2002).



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui