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Poesias-->In: tensão -- 01/08/2000 - 16:18 (Eduardo Coleone) |
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Depois de nova madrugada severa,
o coração, despótico em sua tirania
cobre de mentiras a ingênua consciência
que, iludida, parece-me estar vazia.
Estou de novo condicionado à alcunha de falso herói
recobrado em sentidos, rumando a novo acalento
refeito e esquecido do gigante escapado
Em busca de um novo moinho de vento.
Não trato da loucura absurda de Quixote
Os limites não são meus, não do meu ser,
pois ofereço-me totalmente ilimitado, irrestrito,
o agravo situa-se no outro (não) querer.
No semblante uma outra máscara,
Na bainha a mesma arma que sempre se viu:
inofensiva, insaneável, que não pode ferir
se não ao próprio guerreiro, imperito e vil.
De que me vale a poesia sozinho?
Com você perderam-se todas as minhas crenças,
e sem que tu saibas de algo oportuno,
Minhas exceções ignoram sua experiência.
Fosse feito pedra desse arcabouço sentimental
piegas, tolo, inviável para impregnar-se de amor
com causa, sem rumo, quão ridículo nos torna
Findando sem norma, sem gosto, rimo em "dor".
Sonho e senso desmedidos, em um instante
Só o amante sem limites, o medo no sentido
Olho em mim, vejo nada, vejo um branco destoante
Sou o vaso de Pessoa, totalmente repartido
Ao redor, somente cacos de mim mesmo
Resquícios, lembranças do que penso ter sido
Ilhado, multiplicado pela minha sorte a esmo
Nem mesmo me parece eu tê-lo merecido
Inerte em meu próprio e infinito duvidar
Voar faria-me bem, para longe, sem chegada
A madrugada desse dia parece não acabar
Saio da inércia, vejo-me então na encruzilhada
Entretido, embrenhado como uma criança
que parece, não cansa de se machucar:
não compreendi que aprende-se como se dança
para aí então arriscar-se a dançar.
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