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Poesias-->Teorema verbal da conjugada -- 26/12/2002 - 17:08 (André Mariano de Almeida) |
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Tu tens o verbo simples
conjugado na sala de espelhos
e branco casulo médio
tal um copo-de-leite
Mas conjugar conjugas
alem do verbo
e o verbo volta da procura
palavra insana de ferro
Como quem sabe dizes:
" eu sei ": e ainda desfaz
a certeza morena dos olhos
no leito da noite conjugada
E ainda, de forma clara
teu verbo de mangue insiste
em soletrar uma esfera
e era, era a era antiga
Da lira, o punhal envolto
crava tua cruz de ondas
e o mar de punhal sucumbe
às tranças de suas mãos
E por mais que conjugas
o verbo conjugado verbo
verbeia como verbo irregular
e cai da cortina em fumaça
Não é prática a prática
e sem a metafísica
sua dialética invade
os porões de minha casa
No protético sonho, sonho
do vento em fúria
e sonho gasto teu verbo
verbal de carne marcada
E marcas na pele
meu desejo pedra e banho
fonte abstrata do concreto
e cimento do despedaçado
E gêmeas as duas horas:
a tua hora de abraço
a minha hora de adeus
seguem na multidão do aplauso:
A vida como geme incerta
verbeia o verbo infinito
e agora somos o adjetivo:
amor, mas sem lirismo
E castas como a aurora
as mãos do tempo se aprisionam:
passado, presente, reticência,
teu verbo de verso e umbigo
Deitado aguarda o espelho
a sala conjuga seus tempos
a casa se explode em luz
e vens se imigrar no meu corpo
Assim, no verbo verbal
da forma remédio e ácido:
carne carnal encarnada
mas sempre teatro sem ensaio
Assim, casulo branco
que foge da maresia
teu verbo floresce intácto:
amar, amar, amar.
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