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Poesias-->Sonhos de Leandro -- 26/12/2002 - 18:11 (Daudeth Bandeira) |
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SONHO DE LEANDRO
Daudeth Bandeira
Como quem ouve um estalo
um velho nó se desmancha,
e a poesia deslancha
num fenomenal embalo,
um novo canto de galo
no espaço reboou
ao mundo anunciou
que o passado está voltando,
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
A história se renova
nos seus melhores capítulos,
um vate recebe títulos
nas profundezas da cova.;
o solo fértil comprova
que ele, um dia, o cultuou
e o grão que ele semeou
graças a Deus vem brotando,
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
Leandro Gomes de Barros,
de expressões romanescas,
as estórias pitorescas
nos seus trabalhos bizarros
são como flores nos jarros
que o tempo as fossilizou,
mas o calcário rachou
e o perfume está vazando,
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
Pombal lamentou chorosa
quando Leandro morreu
e o cordelismo perdeu
a jóia mais preciosa,
uma estrela luminosa
numa nuvem se ocultou,
agora a nuvem passou,
ressurge o astro brilhando,
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
Com discurso, festa e brilho,
festival, livro e programa,
Pombal eterniza a fama
do seu talentoso filho.;
seus versos são como o milho
que, a esmo, se debulhou.;
o passado esparramou
e o presente está juntando,
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
Nos versos de um menestrel,
no tilintar da viola,
na fachada duma escola,
no rodapé de um painel,
num folheto de cordel
lido por um camelô,
no intervalo de um show,
nesses momentos é quando
Pombal revive cantando
o que Leandro sonhou.
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