LEGENDAS |
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Poesias-->A PORTA DA FRENTE -- 03/08/2000 - 01:34 (LUIZ CARLOS LEMOS) |
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Bateu na porta da frente.
Era a Esperança, vestida de criança pobre.
Hesitante, a porta se abriu.
A mão estendida, suja,
a fome de tantas portas:
--Moço, me dá um pão...
--Pão?... não tem.
O corpo magro, coberto de quase nada.
A chuva, o frio... (e o sol, pra todos nascido):
--Moço, me dá uma roupa velha...
--Roupa velha?... não tem.
Os pés descalços, sofridos,
de tantas ruas sem fim:
--E sapato velho, tem?
--Tem não!...
A cabeça pequena, vazia
de letras e de lembranças:
--Moço, me dá um livro...
--Livro?... Pra que?
O coração escondido,
pisado de tantos nãos,
não se atreveu a pedir:
--Moço, me deixa ficar...
E a porta se fechou
dura, indiferente,
diante do que seria
o filho que nunca tivemos!
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