LEGENDAS |
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Poesias-->Mulher Borrada -- 27/12/2002 - 09:09 (André Mariano de Almeida) |
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Aí está teu rosto:
Na cera de gerúndios iguais a índios de pedra
Onde cadáveres marcham e prostitutas dormem
Dando de comer aos peixes...
Aí está teu réptil quarteirão de circos
Que rompe tua máscara e interrompe teu sal
Para o número agudo de que trouxeste um filho.
Máquina, teu rosto desceu pelo vão do parafuso
Que prendia na parede meu Picasso
E agora encheste teus olhos de cimento cubista,
E por aqui andas a me olhar solta no esquadro...
Aí está teu rosto:
Na volúpia dos dentes da noite
Por onde teus lábios cheiram o silêncio
Verde e áspero do selvagem...
Aí está tua pele borrada de lantejola
Pelo desfio de um grito que o sol soltou
Quando gozou lágrima ao ínves de gasolina.
Aí esta teu rosto: que não nasceu
Porque teu sexo( sem dizer ) vem de uma estrêla.
E que papel fizeste com a razão:
Pois quando tu nasceres,
O que eu verei no teu rosto a partir de então?! |
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