O SILENCIO DO GUETO
A impressao e´ estarrecedora:
As ruas vazias,
Os predios vazios,
O coraçao vazio,
O silencio vazio...
Um cao perambula,
Perdido...
Aquele cao nao e´ judeu
Porque aqui ficou
No silencio do gueto.
O cao perdido dos homens,
Dos donos,
Que nao devem mais existir...
Todos se foram...
Para onde ninguem diz.
Foram-se numa procissao
Interminavel de rostos,
Afliçoes indescritiveis.
Cacetadas nas costas...
Tiros... alguem e´ abatido...
E´ a procissao da morte!
Todos embarcam em trens,
Com destino ao inferno!...
Homens, mulheres, crianças,
Velhos, senhoras de fino trato,
Agora sofrendo maltrato.
Todos eram culpados
Nesta impressao dos olhos meus...
Todos foram culpados
De viverem naquele tempo
Na condiçao de judeus...
(Jeovah de Moura Nunes)
LEIA, POR FAVOR: O HOMEM SEM BRAÇO
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