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Poesias-->Respiração das Vértebras -- 28/12/2002 - 15:48 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1. No íntimo do caos

o corpo flutua no infinito desigual

dos últimos milénios

às vezes troca de morada

e na casca trémula da pedra

ensaia uma fuga abstracta

em volta do seu corpo

um poder feminino

o misterioso feminino que dizem ser

uma pequena concha imortal.



2.

O corpo não descobre nada

encontra apenas um palco vazio

talvez o corpo não seja bastante

há máscaras que escondem outras máscaras

a arte do silêncio

todas as vizões circundantes às pálpebras

encontram o caos

antes do paradoxo inesgotável do pó

a morte que se tece com o próprio corpo.



3.

Mas há aluminios que correm

e amaciam os diques das raízes

a harmonia do sal e o bicho que nele respira

o seu ritmo de fuga enebriante

o deserto cresceu na rede dos afectos

e o corpo já não sabe se é ele que respira ou

ou algo que respira no seu corpo.



4.

No cerne do fogo na argila da criação

os corpos interrogam as coisas e emudecem

o deslumbramento do primeiro dia

o fascínio da descoberta sobre

um corpo intensamente só.



5.

Encontrar uma forma adequada entre as vértebras

o corpo morto a rodear os subúrbios

outro grão de areia num vasto incesto

respirando o pólen da sua respiração

um corpo lenhoso e duro

o vento que inicia um tornado

uma névoa no interior doce do labirinto

matéria disforme na fábula obscura

a mais transparente origem do corpo

o silêncio clandestino das têmporas.



6.

Os corpos necessários no remoinho da garganta

desaparecem como floresta abatida

como a folhagem iluminada das antigas idades

a respiração duradoura e frágil

o salto imortal de uma miragem.





in,RESPIRAÇÃO das VÉRTEBRAS,2001





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