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Poesias-->Saudade de um tempo esquecido -- 03/01/2003 - 06:19 (Neli Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Saudade muita saudade

de um tempo prá lá de esquecido

do tempo em que eu era livre

no meu ir e vir pela vida

andando de noite, de dia

pelas ruas de minha cidade.



Saudade das casas floridas

sem muros, todas visíveis,

mostrando seus belos jardins.

De roubar rosas no caminho

para presentear minha mãe

quando em casa chegava.

De ver crianças soltas brincando

felizes, livres, curtindo a beleza

de seus mais lindos, inocentes momentos

sem se preocupar com mais nada.

Do andar livremente sem rumo

sem perigos invisíveis

ver nascer a luz do sol.

Sair de bailes na madrugada

caminhando a pé para casa.

curtindo o sereno da noite

comendo pão bem quentinho

saído na hora, do forno

da padaria da esquina

bebendo leite de vaca

no gargalo da garrafa

Ou do baile ir direto

para a praia sem perigo

sem mendingos pelas ruas

dormindo em cima de caixas

debaixo de algumas sacadas.



Hoje nada disso acontece

Vivemos trancafiados

presos, incomunicáveis

dentro das próprias casas.

Ninguém nos vê mais de fora

e nem mais vemos a rua.

Os muros tal qual em presídios

altearam em sua altura.



Grades estão nos cercando

ao redor, em tudo que é lado

mostrando que nosso andar,

direitos adquiridos

deixou de ser importante

na nossa sociedade.



O medo, saltando os olhos,

estampado em todos os rostos

desconfiança enrustida

nem sabemos quem é quem

das pessoas que encontramos

que está ao nosso lado

quando saímos na rua

para trabalhar, estudar,

viver, ser feliz

simplesmente andar.



Comércios fechados,

escolas sem aulas.;

brigas, tiros, balas perdidas,

pessoas desconfiadas,

olhando para todos os lados.;

povo preso em casa

como que numa guerra,

obrigados a obedecer

a um toque de prontidão fantasma

que nos obriga a recolher

sem nem se importar com a hora

se se é de dia ou de noite

independente de qual a razão.



Quando que isso vai acabar?

sem previsão, ninguém sabe...

Só sei que me sinto invadida

em todos os meus direitos

descritos num livro importante

com nome muito pomposo

que ninguém mais está dando bola

essa tal constituição



Ela não mais é usada

foi para sempre esquecida

em prol de uma invasão.

Invasão de corpos, de almas

de pessoas que manejam

a todos como marionetes

em seu maciço poder

sem se importar com o próximo

sem se importar com o amanhã.

Matam, estorquem, estrupram

espalham drogas nas ruas

impondo a todos desejos e mazelas

seu poder de aço e fogo.

Calando a muitos inocentes

que se voltam, que não querem

seguir os mesmos caminhos

impostos por esses indivíduos

que só crescem feitos ratos

aumentando seu poder.



Não sei mais quem é quem

Nem conheço mais ninguém

Tenho medo a todo instante

receios de tudo que é ruim

que venha ruir com minha vida

que possa afetar a meus filhos

no caminho de volta pra casa.



Quero de volta minha paz

meu sossego bem sentido

minha liberdade reencontrar

De novo poder andar

livre, leve e solta

sentindo o vento bater

sem trazer qualquer sujeira

no romper da madrugada.



Neli Neto

15/08/02
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