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Poesias-->2. FAÇA VERSOS VOCÊ TAMBÉM -- 08/01/2003 - 07:07 (wladimir olivier) |
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Talvez tivesse, um dia, a pretensão
De dar ao verso força de expressão,
Para rimar co’a marca do perfeito.
Mas desisti, que a arte exige amor,
Talento, gênio, garra, ao se compor,
E uma atitude séria de respeito.
Brincar, às vezes, é também possível,
Desde que não se desça muito o nível
E se mantenha hígida a doutrina.
Para alegrar-se o povo, basta a rima
Que o nosso amor a Deus mais legitima:
A compreensão da lei que o Mestre ensina.
Estava, um dia, o Mestre a meditar
Sobre o progresso humano devagar
E viu que o seu ensino não valia,
Pois exigia a lei melhoramento,
Não raciocínio mau de quem vai lento,
Para escandir uns versos, sem poesia.
Assim me vi também, mau e perverso,
Porque levei a vida em triste verso,
Usufruindo os bens, em regalia.
O povo a trabalhar duro, no eito,
Este poltrão aqui só dando jeito
De estruturar a frase em harmonia.
Por isso, volto agora renovado,
Deixando a estrofe boba ali de lado,
No compromisso sério de ser bom,
A alegrar o povo, finalmente,
Pedindo que o trabalho se acrescente
À arte da poesia, neste tom.
Há muita gente que também queria
Vir registrar aqui a melodia
Que sente no universo, mas não vem,
Talvez por medo de perder o dom,
Ao transformar o amor em simples som,
Diminuindo a vibração do bem.
Eis a coragem que se deve ter,
Ao demonstrar à gente bem-querer,
Porque se corre o risco de falhar.
Ao transformar a sensação em verso,
O texto pode vir também imerso
Na negritude deste patamar.
Não regateie, irmão, ao progredir
E não coloque nunca, no porvir,
A melhoria que se quer agora.
Ponha atenção no que pediu Jesus,
Que a hora é esta de se ter mais luz,
Que aquela lei d’antanho inda vigora.
—“ Mas eu não tenho jeito para o verso,
Pois sempre o texto há de sair perverso
E a rima tola, chocha, fútil, feia.
Ai, quem me dera inspiração, um dia,
Para compor um tema com poesia,
A dar mais alegria a quem o leia!”
Por isso, não, que o sentimento é válido:
Mesmo que o verso saia um tanto pálido,
Vai despertar virtude e propensão
A que o leitor se anime e persevere,
E suba, alegremente, ao belvedere,
Descortinando n’alma essa canção.
Para falar de amor, não é preciso
Esquadrinhar a causa do juízo,
Filosofando as teses da doutrina.
Trabalhe com denodo e com vontade,
Veja que o sofrimento não enfade
E faça o bem conforme a lei ensina.
Se agradecer a Deus a sua vida
E os tormentos todos dessa lida,
Como o caminho certo do progresso,
Vai ver que fazer verso é conseqüência,
Que a causa se situa na consciência,
Que é como desta vez eu me despeço.
Não meça o tempo mais pelos ponteiros,
P’ra não desapontar os companheiros
Que querem concluir a sua rima,
Talvez sem importância e sem virtude,
Mas, com certeza, achando que algo mude,
Se conseguirem demonstrar estima.
É bom chegar ao fim do meu assunto,
Trazendo o companheiro médium junto,
Agradecendo ao Pai esta alegria.
P’ra reforçar, porém, este bom clima,
Vou ter de concluir a minha rima,
Dizendo que segunda é um novo dia.
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