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Poesias-->O lamento de Elsinore -- 09/01/2003 - 14:34 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao Mário Cesariny





1. As palavras são as minhas hélices

nada durará todo o sempre, como se eu

trouxesse uma pedra secreta. Elas apertadas

com força na garganta, dia após dia

sem mostrar a ninguém,

mas a boca tem um gosto a sal

e a lingua pousa no canto esquerdo da boca

pela honra dos seus segredos.



2. Ainda que desça por um capítulo disperso

a linguagem na boca de um estranho,

nenhum mal receio, entre mim e as palavras

- como dizer que os seus sons e metal

me protegem irremediavelmente-!



3. É meu este festim e em breve tudo acabará

à espera do seu tempo encantado,

o eco mistura-se no eco

e perfura no meu corpo o perfume

depois de ressoar a última palavra,

escadas e ponteiros que terminam num espigão,

palavras de luz na terra preta.



4. Seus gemidos ilegíveis à boca

acompanham o meu corpo diamante queimado em pergaminhos,

mais fundo cada vez mais fundo,

a pele dos lábios debaixo de alguma ironia furibunda

minha morada do espaço e do tempo

nas palavras da navalha do sim e nas palavras da navalha do não.



5. E tais como as palavras

sobre as escarpas íngremes que lamentam o mar

não existem caminhos sagrados, entre mim e as palavras

- como aceitar que nasce pouco a pouco na boca

um doce hábito de sofrer espasmos-!



6. Nos segredos que mostram não ser mais

do que uma infinita, inútil e vazia repetição

entre a luz e o desejo em soluços,

onde é o impenetrável e o opaco, entre mim e as palavras

os sonhos que na minha mão a palavra

tornou-se um pássaro vivo e levantou voo.





in,"A palavra contra a boca" - 2002-(inédito).



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