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Poesias-->noite de chuva -- 10/01/2003 - 00:47 (felipe de paula) |
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Noite de chuva.
Dia de chuva.
Domingo de chuva.
Ao correr o dia
Ao manter a vida
A chuva.
A chuva o que é?
É só a água que cai?
São as nuvens que se desfazem?
São os deuses que choram?
Motivo lá é que não lhes falta.
Em varandas privilegiadas,
Melhores que aquelas da praia de Copacabana no passar do ano,
Contemplam,
Estarrecidos ou embevecidos,
As criaturas cá embaixo.
Vêem o que as pessoas inventam
O que elas pensam e fazem
E vêem os peixes do mar
E os navios no fundo dos oceanos
E as árvores dobrarem-se à vontade do vento.
E sabem a conclusão que tiro disso?
Nenhuma. Verdade. Não aprendo nada com isso.
Porque?
(porque, por que ou porquê?).
simples: não há varandas no céu,
os deuses estão fartos de ver as mesmas coisas todos os dias,
as fumaças dão-lhes alergias,
o buraco de ozônio deixa passar os maus cheiros
e os carneiros da Nova Zelândia peidam demais...
Por isso tudo,
e algumas coisas que não me lembro agora,
não quero ir para o céu quando morrer.
Também não quero saber daquela bobagem
De jogarem minhas cinzas ao vento.
Quero apodrecer sob a terra
E ser adubo de algumas ervas daninhas
Que crescerão como nada nunca visto,
Que desarmarão a ciência dos cientistas,
Cobrirão o mundo,
Sufocarão a todos,
Com exceção dos ecologistas que,
Satisfeitos,
Novamente terão a sua Mata Atlântica.
Uma monocultura, é certo,
Mas é o que sou em vida e,
Para não contrariar,
O que serei em morte
ps.: mal começou o ano e eu já cheio de besteira...
felipe 05I2003
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