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Poesias-->5. EXIGÊNCIA E COMPREENSÃO -- 11/01/2003 - 08:20 (wladimir olivier) |
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Em revoada, as almas vão, no etéreo,
Em busca de saber qual o mistério
Por detrás do infinito do Universo.
Por mais procurem, não encontram nada,
Que a mente humana sonha e arrecada,
E põe, com muito amor, em simples verso.
Se aqui chegarmos com o verso pronto
Havemos de aumentar um outro ponto,
No escore da vitória sobre o mal,
Que a perfeição na vida é, simplesmente,
Fazer o bem, em paz, a toda a gente,
Dentro deste evangélico ideal.
Os contratempos devem ser dispostos
Como soldados fora de seus postos,
Que uma raspança põe de prontidão.
A lei do amor presume que a consciência
Mantenha liberdade e independência,
Para julgar e dar o seu perdão.
Sob o luar, depois de um longo dia,
Repousa o corpo, que já não confia
Nas reações comuns da mente exausta.
Por isso é que rogamos ao leitor
Que nos perdoe a arte de compor,
Se alguma rima parecer-lhe infausta.
Há rigidez, porém, de julgamento,
Necessidade atroz de ver que aumento
As penas, neste versejar perverso?
Então, meu filho, o verso só comprova
Que mereci levar tamanha sova,
Porque não quis, na rima, ser disperso.
Vamos, assim, julgar tal pensamento
E ver se alguma coisa nele invento,
Que não esteja no Evangelho escrito:
Eu falo do perdão e da esperança.;
E a minha fé em Deus jamais se cansa.;
E a caridade é o gesto mais bonito.
E tudo trago em rimas sonorosas,
Para mostrar que o amor também tu gozas,
Conforme o Mestre disse e comprovou.
Se, de algum modo, ao verso falta luz,
Vamos pensar que à noite se reduz.;
E que a dormir, cansado, também vou.
Não sejas, pois, assim, muito exigente,
Senão hás de voar, eternamente,
Em busca dos segredos da harmonia,
Querendo pôr nas lindes do Universo
O que se encontra aqui, em simples verso,
Ou noutro bem melhor que alguém faria.
Se Deus mandou que suas criaturas
Crescessem em bondade, sendo puras,
Por que desafiar a bela sina?
Vamos dar a Jesus atendimento,
Que a lei do amor será cento por cento
De tudo o que a doutrina nos ensina.
Se nós julgarmos ser muito custoso
Deixar desta matéria o rude gozo,
Para flanar, no etéreo, como anjos,
Erramos na doutrina e no conceito,
Pois só sofrer não rege esse direito,
Que violinos não anulam banjos.
O que não pode o homem é fazer
Com que os próximos percam o poder
De acrescentar uns pontos contra os vícios,
Pois quem promove a luta desatina,
Querendo ver apenas, nessa sina,
O bom tropeço, para os sacrifícios.
Jesus previu que o escândalo viria
Mas disse ser também patifaria
Da mente que viesse a provocá-lo.
Pedro negou o Mestre por três vezes,
Ações menores, nunca tão soezes,
Mas mesmo assim ouviu cantar o galo.
Quem emitir um simples comentário,
Querendo ser da lei do amor contrário,
Vai ter de ouvir a rima deste verso,
Que repetimos desde priscas eras,
Seja na Terra, seja nas esferas:
— “Ó caro amigo, estás muito perverso!”
Desfaze o cenho e vem brincar conosco,
Que é muito fácil desatar o enrosco,
Que o coração requer felicidade.
Em paz, a vida tem bem mais valia
E, se alcançarmos n’alma amor-poesia,
É certo que o meu verso, então, te agrade.
Façamos só de conta que falhamos,
Que não há frutos bons nos nossos ramos,
Que tudo o que escrevemos se perdeu.
Sobrou só esta trova desgraciosa,
Da qual o nosso povo ri e goza:
O que diria dela o Bom Judeu?
Diria que a virtude se conquista
E que uma rima até será benquista,
Se dita com amor, de coração.
Agradecer ao Pai será de lei,
Pois orientar, com graça, a nobre grei
São poucos cá do etéreo que virão.
Eu, hoje, trouxe versos, fartamente,
P’ra demonstrar que a rima é excelente
P’ra convencer o povo da verdade,
Deixando o médium parvo, ali de lado,
Com o desejo de apoiar travado
Pelo fenômeno-mediunidade.
Em hora e vinte, são dezoito estrofes.;
Algumas muito boas, outras bofes,
Que a rapidez nos traz versos soezes.
A seleção escolhe as mais faceiras,
Talvez aquelas que tu mesmo queiras,
Para alegrar a vida, muitas vezes.
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