Homens são tesouros inquietos
corpos que são atléticos
ou medianos, franzinos,
pequenotes, dançarinos,
perfeitos ou mais gordinhos,
mas sempre sombras viris,
que se afirmam plas palavras,
firmes, incisivas e claras,
machos em dança que marca,
um território, uma ideia,
um desafio, uma quimera.
Vê-los agir é lê-los ,
na maçã de Adão que dança
e é redonda e ondulante,
no fino recorte de busto,
no rijo, raro, cabelo curto,
no nobre peito robusto,
braços que carregam o mundo,
ou enlaçam suavemente,
lábios que gritam e afirmam
ou beijam docemente,
olhos que derramam doçura,
boca que não desmente.
Ser homem é mais ainda
do que a firmeza do vento.
Misteriosa força frágil
feita da verdadeira massa
dos deuses gregos impuros,
mente e corpo uma só chama
olhos duros, punho fechado,
doce alma que alberga uma criança.
à espera de um leve afago.
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