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Poesias-->ILEGÍVEL -- 15/01/2003 - 07:53 (ALEXANDRE FAGUNDES) |
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ILEGÍVEL
Nunca me termino, me começo pelo fim
Tenho ido adiante quando deveria parar
E insistido em parar atrapalhando a marcha alheia
Do contra é como dizem que sou
Mas nego, não aceito este rótulo – quero outro
Tenho pouco cuidado com dinheiro
E me apego a livros velhos e discos de vinil
Tenho pouco apreço pelas boas roupas
E me apaixono pelos trapos que me cobrem
Nem sei se cheiro bem.; nem quero saber
Não tenho o menor apego familiar
Mas distribuo meu sangue entre neo-amigos
Não tenho o menor espírito natalino
Mas choro em datas secretas, só minhas
Nem sei se choro mesmo - acho que finjo
Sou assim
E sou tão assim, de tal modo assim
que mudo sempre:
basta conseguir me enxergar no espelho
odeio fotografias, currículos e biografias
decidi ser sempre indefinido, sempre ilegível
sem a menor vontade de fazer sentido
decidi mudar de idéia
hoje assim... amanhã, cadê?
nunca me termino, me começo pelo fim
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