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Poesias-->Tarde -- 20/01/2003 - 16:37 (André Mariano de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A tarde de cimento não engravida do crepúsculo.

Não.; ela o ama na terra de sepulcro,

vadiagem sombria e oculta do cinza

na massa carregada de lágrima.

Do seu grafite torto escorrega uma letra(um raio?)

como um farol que nunca chega nas ondas

tecendo no orifício nítido a primeira corda dum violão,

pauta da sonífera música de limpeza

a emudecer as vidraças dançando janelas

debulhando instante sobre o leite derramado.



A tarde de cimento seca seus cabelos

nos versos-toalha do asfalto,

mudo mormaço do passo-espaço caótico

decretando lei de ciclo na lei lírica e ilegal

dos divórcios de paisagem e devaneio.

Ela não engravida de sua gravidez permanente,

porem, parte para o parto de metamorfose,

ninho ocidental do oriental poema

leito mãe do pai que se espreguiça

a bocejar os olhos do invisível.



Sol: filho.

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