LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->COVARDIA -- 20/01/2003 - 19:08 (José Reynaldo Galasso) |
|
|
| |
COVARDIA
Procuro me safar covarde
Quieto, de mansinho, sem alarde
Na esperança de enganar o destino.
Mas logo percebo ainda que tarde
Que uma pequena chama ainda arde
Num piscar de olhos repentino.
Penso erradamente que a força
De repetir certos gestos eu torça
O caminho para mim preparado.
Sei que esse tipo de desvio
É como tentar mudar o curso do rio
Que corre para o mar embalado.
Quando o arrependimento bate porém
Vejo que nem tudo convém
Embora tudo fazer eu possa.
Me revolvo inconformado
Pra um e outro lado
Na imensidão dessa fossa.
O frio remorso como ácido
Derrama-se sobre meu rosto plácido
Desenhando manchas na pele branca.
No meu ventre um vórtice abissal
Toda minha energia ancestral
Destrói, desfaz, dissolve, arranca.
Quis pedir ajuda ao divino
Mas minha alma sob o sol a pino
Está seca de antigas orações.
Só ouço no horizonte de prata
A rajada que mata
E o troar dos canhões.
BSB26122002
|
|