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Poesias-->ENQUANTO -- 20/01/2003 - 19:10 (José Reynaldo Galasso) |
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ENQUANTO
Enquanto eu falava de um jeito plácido
Meu coração foi imerso em ácido
E ninguém se importou com meu sofrimento.
Achei, como todos diziam, que era normal,
Que é assim mesmo esse embate do bem com o mal
E que haveria alívio em algum momento.
Enquanto eu gerava meus versos na madrugada fria
Cobriam de nuvens cinzas o céu do meu dia
E eu esperava que viesse a chuva.
Diziam que tudo explicava a filosofia
E que não era importante o que o coração dizia
Na solidão da minha alma viúva.
Enquanto eu procurava o foco da vida
Faziam de tudo para que ela fosse comprida
Pouco importando se feliz ou não.
Diziam que era preciso acima de tudo viver
E que faz parte desta vida o sofrer
Mesmo que seja com ou sem uma razão.
Enquanto eu fazia flutuar meu barco de papel
Na enxurrada que corria lenta ou léu
Máquinas de metal fabricavam dinheiro.
E diziam que era preciso trabalhar por ele
E que não se podia viver sem aquele
Que dominaria a vida por inteiro.
Enquanto eu garimpava num poema antigo
Palavras novas para cantigas de amigo
Velhas normas foram reinventadas.
Diziam que era preciso impor limite
Mesmo que nele não se acredite
Nem no grito inumano nas madrugadas.
BSB19122002
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