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Poesias-->Lembranças -- 20/01/2003 - 19:36 (Ronaldo Corrêa) |
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Reviro-me nas lembranças
das muitas noites passadas insones
em teu corpo nu e no prazer envolto,
carícias, gemidos, loucuras devassas,
poucas palavras, muitas mentiras.
Por muito tempo senti a insanidade,
a saga sinistra do teu orgasmo macabro,
se é que em algum momento na vida
tivestes algum por amor ou vaidade.
Lacera-me o peito descobrir
que entreguei meu corpo e fogo
a uma gélida e distante cordilheira
como se abraçasse, beijasse, amasse
nada mais que um inerte cadáver.
Não mais que repentinamente
me vem da alma um grito de desespero
pelo quanto fui tripudiado,
estuprado pelo próprio diabo
e meu sêmen em ti desperdiçado,
mas carrego o fardo do desgraçado
e a vergonha de ter sido injuriado,
o meu nome pelo teu conspurcado,
minha carne no teu banquete servida
nas mórbidas alcovas de seitas profanas.
Nada mais me resta da tua alma
ao te elevar acima de tua própria altura,
esta bizarra profundeza bacante
nas orgias do teu reinado de messalina.
Nada mais lhe resta além do corpo
que usou do meu como se fosse o teu,
este servo que sempre te protegeu
e que nele se aconchegastes e cavalgastes
ainda que com todo nojo e todo asco.
Nada mais. |
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