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Poesias-->CAUSA -- 20/01/2003 - 19:52 (José Reynaldo Galasso) |
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CAUSA
Estou louco procurando uma grande causa.
Algo que me arrebente o peito e as veias
E retese os músculos. E core a face.
E brilhe nos olhos e na alma, como brilhante.
Algo que dê sentido aos meus dias
E razão aos meus momentos e pensamentos.
Talvez precise de uma nova paixão.
Estamos sempre precisados de alguma coisa...
Mas essa coisa deve ser grande.
Grande que não se apanhe numa olhada.
Que não possa circundar num dia e uma noite.
Que seja alta como o vôo dos nossos sonhos.
Que cause vertigem, como a beira de um poço.
Que oferte perfumes, como um jardim na primavera.
Que tenha olhos que olhem por dentro.
De onde nasça uma fonte de palavras cristalinas
Com as quais explique tudo, ou quase tudo.
Que se cubra de cores as mais variadas
Espalhadas por um divino pincel,
Que a cada manhã presenteie nova revelação
Como uma foto que se fizesse dinâmica,
Que a cada gesto atraia todos os olhares
E a cada suspiro deixe em suspenso o universo.
Você dirá, meu amigo infiel: - Coisas de poeta,
Meu amigo ébrio e alienado. E eu direi:
- De poeta e louco, de médico e doido varrido,
Coisa de quem sonha, que dá valor aos sonhos,
Coisa de suposto menino em corpo adulto,
De quem se senta à noite para contar estrelas,
E aprecia o pôr do sol a cada tarde,
De quem valoriza a arte e canta o belo,
E teima ainda em acreditar no velho coração,
E fica horas vendo as pessoas passarem pela praça
Só pelo gosto de apreciar seres humanos,
Coisa de quem se levanta na madrugada
Para ouvir o silêncio, sentir a brisa noturna
Tomar água e escrever uns versos.
BSB21032002
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