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Poesias-->UM FIM DE TARDE -- 20/01/2003 - 20:03 (José Reynaldo Galasso) |
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UM FIM DE TARDE
Com o passar do tempo o tempo
Esculpiu marcas no seu coração e corpo.
Sulcos cortaram sua face
E o cansaço se espalhou por seus membros.
Seus olhos antes espertos e juvenis
Fizeram-se baços e depauperados.
Os versos escritos na mocidade
Tornaram-se ilegíveis e distantes.
As palavras, que antes soavam límpidas,
Vieram carregadas de chiados e dissonâncias.
O brilho das paisagens iluminadas
Morria no poente cinza da tarde.
Sentado na cadeira de balanço
Ajeitou o cabelo embaraçado e grisalho.
Chamou o amigo falecido pelo nome
Sabendo que não seria escutado.
Passou a mão no rosto sentindo a barba por fazer
E abotoou a camisa até o pescoço.
O beija-flor veio beber da água
Pendurada no teto da varanda com esse propósito.
As crianças corriam no jardim
Fazendo uma algazarra própria da idade.
O relógio da sala marcava cinco da tarde
Quando seus olhos se fecharam....
BSB09032001
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