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Poesias-->A NOVA MECÂNICA -- 23/01/2003 - 03:19 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) |
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Dentro do meu corpo
há um impulso para a vida.
Há uma inclinação para a dança,
dentro do meu corpo.
Ali onde tudo é precisão estrutural,
certo dispositivo torna claro
o quanto a dor física antecipa-me o prazer.
Dentro do meu corpo
há um referencial poroso para o frio ou o calor
e desígnios contra bactérias.
Ali onde tudo é harmonia orgânica,
certo aparelho torna idílica
a possibilidade de sangrar-me.
Dentro do meu corpo,
a digestão é perfeita
e a bílis adequada.
Músculos alongam-se pela manhã
dentro do meu corpo
e nele, onde tudo é coesão de genes dominantes,
uma nova mecânica,
breve moléstia nervosa,
morde-me a língua
e devolve a carne mutilada
a primazia de ter um gosto.
Dentro do meu corpo,
como sempre se aguardou,
algo se evidencia,
a aura amorosa
de um membro que extirparei.
(08)
Do livro "BORBOLETAS NOTURNAS NÃO EXISTEM"
Autor: Paulo Fontenelle de Araujo
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